A Bancada do PT na Câmara manifestou em nota "apoio e solidariedade" ao ex-presidente da Eletronuclear, o almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso no último dia 28 na 16ª fase da Operação Lava Jato. A força-tarefa da operação afirma que Pinheiro recebeu R$ 4,5 milhões em propinas para dar condições favoráveis a empreiteiras para a construção da usina nuclear de Angra 3.

"Apoiamos o espírito empreendedor do almirante e repudiamos qualquer tentativa de julgamento prévio dele assim como de outras pessoas detidas no âmbito da Operação Lava Jato com base apenas em delações", diz o texto. "Temos convicção de que o almirante provará sua inocência e continuará a contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, num momento em que as nações que se destacam no mundo são justamente as que dominam tecnologias de ponta, inclusive a nuclear".

Assinada pelo líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), a nota afirma que a prisão do almirante pode ser comemorada "por setores antinacionais", que ignoram a importância da soberania e dos interesses nacionais". Mas, segundo a bancada, os que pensam um Brasil próspero e soberano, com autonomia tecnológica para fins pacíficos, "só podem lamentar sua prisão".

No texto, que descreve o histórico profissional do almirante reformado, considerado a maior autoridade em energia nuclear do País, Pinheiro é descrito como um "nacionalista, patriota" e um homem que "tem papel que já passou para a história no tocante ao nosso desenvolvimento científico e tecnológico, notadamente no campo nuclear".

O texto encerra afirmando que pessoas como o almirante Othon são imprescindíveis para o Brasil avançar, "pois ele, como outros cientistas nacionalistas, guia-se pelo lema do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo: "Tecnologia Própria é Independência". Com informações do Estadão Conteúdo.