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Damares exonera aliado de Osmar Terra após polêmica no Cidadania

Paulo Roberto de Mendonça e Paula foi exonerado após ter assinado contrato uma empresa acusada de desviar dinheiro dos cofres públicos

Damares exonera aliado de Osmar Terra após polêmica no Cidadania
Notícias ao Minuto Brasil

14:45 - 14/02/20 por Estadao Conteudo

Política Ministério

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, exonerou Paulo Roberto de Mendonça e Paula, responsável por assinar um contrato de R$ 7 milhões com uma empresa de tecnologia suspeita de ser usada como laranja para desviar dinheiro dos cofres públicos.

Mendonça é aliado do deputado federal Osmar Terra (MDB-PR), demitido nesta quinta-feira, 13, do Ministério da Cidadania. Segundo publicação no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 14, a saída de Mendonça do cargo de subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração foi a pedido dele.

A demissão ocorre após o jornal O Estado de S. Paulo mostrar que, apesar de Terra ter afirmado que demitiu toda a equipe responsável por contratar a Business to Technology (B2T) no Ministério da Cidadania, quatro funcionários continuavam com cargos no governo. A pasta de Terra fez a contratação mesmo após alertas feitos por duas empresas concorrentes e por órgãos de controle sobre suspeitas de irregularidades envolvendo a B2T.

Na semana passada, a empresa foi alvo da Operação Gaveteiro, da Polícia Federal, que investiga o desvio de R$ 50 milhões do extinto Ministério do Trabalho entre 2016 e 2018, na gestão de Michel Temer.

O contrato com o ministério que era comandado por Osmar Terra foi assinado em 19 de julho de 2019, no valor total de R$ 6,9 milhões. Na época, Mendonça era subsecretário de Assuntos Administrativos da pasta. No dia 25 de setembro de 2019, o ministro assinou uma portaria que o promoveu para diretor de programa e, dois meses depois, o exonerou da sua pasta.

No dia 1º de novembro, porém, Mendonça ganhou novo cargo no governo, de subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração no ministério de Damares. O salário dele continuou o mesmo: R$ 13 mil. Ele respondia diretamente para a secretaria executiva, segundo cargo mais importante da pasta.

Ao ser procurado na última sexta-feira, dia 7, por telefone, Mendonça chegou a afirmar que não tinha mais qualquer vínculo com o governo. A exoneração, porém, só foi publicada hoje, uma semana depois.

Investigação

O Estado apurou que a PF deve incluir o contrato com a pasta da Cidadania em uma nova fase da Operação Gaveteiro. Na primeira etapa, deflagrada na semana passada, o foco foi o contrato firmado pelo Ministério do Trabalho. Os sócios da B2T estão entre os investigados.

Procurado desde a terça-feira da semana passada, Terra se manifestou pela primeira vez sobre o caso na quarta-feira, somente após ser cobrado por Bolsonaro. Em nota, ele afirmou ter afastado todos os responsáveis pela contratação e pedido um pente-fino em todos os contratos da área de tecnologia. Na montagem do governo, Terra foi indicado para a Cidadania pelo ministro Onyx Lorenzoni, então todo-poderoso titular da Casa Civil, que agora o substituirá no cargo. Os dois são gaúchos.

O Estado tenta contato com a B2T desde a última semana, mas ninguém da empresa foi encontrado para falar a respeito das suspeitas da PF e do contrato com a pasta. No endereço em Brasília informado pela firma, ela não funciona.

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