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Para cúpula do PMDB, Temer 'escorregou' ao falar de popularidade de Dilma

Para cúpula do PMDB, Temer 'escorregou' ao falar de popularidade de Dilma

Para cúpula do PMDB, Temer 'escorregou' ao falar de popularidade de Dilma
Notícias ao Minuto Brasil

19:08 - 04/09/15 por Notícias ao Minuto Brasil

Política Deslize

A cúpula do PMDB acredita que o vice-presidente da República, Michel Temer, "escorregou" nesta quinta-feira, 3, ao dizer que será difícil a presidente Dilma Rousseff concluir os próximos três anos de mandato se os índices de popularidade continuarem tão baixos como os atuais. Os peemedebistas concordam que Temer disse o que realmente pensa sobre cenário político-econômico, mas que não deveria sequer ter aceitado o convite para participar de um evento promovido pelo movimento "Acorda Brasil", grupo que defende o impeachment da presidente Dilma.

Temer foi questionado sobre os cenários que podem levar ao afastamento da petista e respondeu: "Hoje o índice (de popularidade) é realmente muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo", avaliou. "Se continuar assim, 7% de popularidade, de fato fica difícil passar de três anos", afirmou.

"Acho que ele escorregou por estar em um ambiente que ele não dominava e é hostil", comentou um cacique da legenda. O dirigente, que falou em condição de anonimato, avaliou que Temer não está "habituado ao embate contrário, público e agressivo" e que, uma vez aceito o convite para o encontro, deveria ter se preparado para enfrentar a situação. Há quem concorde no partido com a tese governista de que a frase foi descontextualizada.

Já os peemedebistas favoráveis ao rompimento com o governo avaliariam que o vice-presidente foi honesto em suas palavras. Parlamentar próximo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que Temer está apenas sendo "realista". "Ele trocou o otimismo pelo realismo. É uma declaração que não pode ser considerada simplesmente um ato falho. O vice-presidente Michel relatou uma realidade", afirmou Marun.

Para o parlamentar, o vice de Dilma tornou-se "realista" ao ser surpreendido com encontros da presidente com integrantes de seu partido - Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ) -, e ao saber pela imprensa de decisões como o corte de ministérios e a recriação da CPMF.

Marum disse que o governo precisa vencer a crise econômica se quiser reverter a crise de popularidade. "Ou o governo demonstra capacidade de reverter essa situação ou se demonstra incompetente para governar o País", afirmou. "A popularidade da presidente é uma consequência. O maior problema é a crise de credibilidade, que ela não reverte mais. Ela pode reverter a crise econômica. Se reverter, mesmo com a credibilidade abalada, melhora a popularidade".

"Foi uma atitude honesta, com base na experiência e na vivência que ele tem", concluiu o deputado Danilo Forte (PMDB-CE). O peemedebista avalia que na atual circunstância, só Temer teria condições de aglutinar forças políticas e econômicas para tirar o País da crise.

Forte acredita que Temer apenas externou o sentimento da opinião pública, que reprova o governo Dilma. "Golpe no povo é continuar do jeito que está. Ninguém está mobilizando as Forças Armadas, estamos fazendo o debate político", disse.

"A declaração, efetivamente, vai animando aqueles que acham que tem que mudar. Vai mostrando a fraqueza dela, vai solidificando a opinião do povo brasileiro de que ela não tem condição", disse Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

Oposicionistas

Deputados de oposição também acham que as declarações de Temer são resultado de um choque de realidade. "Como ele começou a andar na rua, captou que a população não aguenta mais ela (Dilma)", afirmou o presidente do Solidariedade e também aliado de Cunha, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD). "Até o vice-presidente está concordando que não tem mais jeito, que a Dilma não tem mais condições de governar", disse o deputado.

Para Paulinho, as declarações de Temer engrossarão o movimento suprapartidário pró-impeachment que deve ser lançado pela oposição na próxima semana. O grupo é formado por deputados de PSDB, PPS, DEM, SD, PSC e até partidos da base, como PMDB e PSD.

O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), acredita que as declarações de Temer demonstram sintonia com a realidade, já que a situação é difícil e o vice-presidente não foi "bem utilizado" na articulação política. "Foi uma constatação, não uma crítica", observou.

Panos quentes

Os petistas tentaram amenizar a repercussão das frases de Temer e concluíram que o peemedebista foi "mal interpretado". "Acho que foram tiradas do contexto", opinou o vice-líder do governo na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP). O petista disse que Temer vem se mostrando "muito leal a Dilma" e que ambos têm o mesmo objetivo: lutar para tirar o País da crise.

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), foi na mesma linha do colega de bancada. O petista concordou que, da forma como foram divulgadas as declarações, há um clima de desconforto. "Tenho ele na mais alta conta da responsabilidade (com o governo). Ele nos ajudou demais. Não posso acreditar que paire sobre a cabeça dele (Temer) qualquer iniciativa golpista. Gostaria de ouvir dele (a explicação). Quero imaginar que foi mal interpretado", afirmou Sibá. Com informações do Estadão Conteúdo.

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