Executiva do PT aponta falta de 'comunicação eficiente' do governo
"No âmbito do debate congressual, seria oportuno que nossas bancadas apresentassem emenda para incluir uma faixa de isenção da CPMF", afirma o documento
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Política Diagnóstico
Três dias depois de o governo propor um pacote com medidas de austeridade para as contas públicas, a Executiva Nacional do PT lançou um documento no qual diz que, "como em outras ocasiões, faltou ao governo diálogo prévio e comunicação eficiente". Apesar disso, o partido diz que a proposta de recriar a CPMF foi positiva, "agora com destinação para a Previdência, e não mais para a Saúde".
"No âmbito do debate congressual, seria oportuno que nossas bancadas apresentassem emenda para incluir uma faixa de isenção da CPMF", afirma o documento. A executiva do PT afirma também que "ao contrário do início do ano, quando o ajuste incidiu sobre direitos trabalhistas e previdenciários, dessa vez a conta chegou ao andar de cima, como, por exemplo, o aumento da alíquota de juros sobre o capital próprio", diz.
Para a Executiva, ficaram de fora do pacote decisões sobre taxações de grandes fortunas, grandes heranças, combate à sonegação e sobre distribuição de lucros e dividendos.
Presente no encontro da Executiva, o presidente da sigla, Rui Falcão, afirmou que a política econômica do governo precisa ser reorientada, mas que fatores conjunturais devem ser levados em consideração. "Temos que levar em conta a governabilidade, o fato de o governo ser policlassista e multipartidário, as circunstâncias internacionais, a evolução da crise, o fato de a taxa de juros só não ser rebaixada por ordem presidencial", disse.
"Mas essa nossa posição a imprensa já conhece, nós a definimos no Congresso Nacional do partido em Salvador (realizado no primeiro semestre deste ano)", acrescentou. A declaração foi dada em resposta a uma pergunta sobre o boato de que o PT e o Instituto Lula estariam formulando um texto para dar uma nova cara à política econômica do governo. Falcão disse ainda que não pode responder pelo Instituto Lula, mas somente pelo PT.
Kátia Abreu
Falcão também comentou sobre a reforma ministerial do governo e disse que não recebeu nenhuma informação sobre uma possível ida da ministra da Agricultura, Katia Abreu, para a Casa Civil e que, mesmo que o atual ocupante do cargo, Aloizio Mercadante, seja substituído, não deverá ser por alguém que não seja do PT.
"Não me consta que ela será designada para a Casa Civil, me consta que ela está feliz onde está. E também não recebi nenhuma informação de que a Casa Civil será ocupada por alguém que não seja do PT", disse. Segundo Falcão, o partido defende a manutenção de Mercadante, que "tem desempenhado bem a sua função".
Apesar disso, Falcão sugeriu que a presidente poderia destacar outro ministro para cuidar da articulação política com os parlamentares. Questionado sobre se essa sugestão seria uma mostra de que a sigla está insatisfeita com o trabalho de Mercadante com o Congresso, Falcão descartou essa possibilidade ao lembrar que esta função era exercida anteriormente pela secretaria de Relações Institucionais. Com informações do Estadão Conteúdo.