Manifestantes protestam contra o ajuste fiscal em São Paulo
A Marcha Nacional dos Trabalhadores em São Paulo contou com a participação de cerca de 15 mil pessoas, segundo os organizadores
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Política Marcha
Militantes de 40 entidades ligadas à defesa dos direitos dos trabalhadores e minorias marcharam nesta sexta-feira, 18, pela Avenida Paulista para protestar contra o ajuste fiscal e outras medidas tomadas pelo governo federal que atentam contra garantias trabalhistas. Em um protesto que teve palavras de ordem tanto contra a presidente Dilma Rousseff e o PT, quanto ao senador Aécio Neves e o PMDB, passando por Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, os trabalhadores foram convocados a promover uma greve geral e "paralisar o País".
Com gritos de ordem como "um, dois, três, quatro, cinco, mil. Ou para o ajuste ou paramos o Brasil" e "Não vai pagar, não vai pagar, por essa crise o povo não vai pagar", e bonecos tanto de Dilma quanto de Aécio, a Marcha Nacional dos Trabalhadores em São Paulo contou com a participação de cerca de 15 mil pessoas, segundo os organizadores. A polícia Militar não estimou a quantidade de pessoas.
O manifesto, o primeiro de uma série que estão sendo programados para convocar trabalhadores para uma greve geral, foi liderado pela Central Sindical Popular (CSC Conlutas) e contou com a participação de sindicatos de trabalhadores, muitos deles em greve como os servidores federais e funcionários dos Correios, além de partidos políticos como PSTU e PCB. Cerca de 170 ônibus foram responsáveis pelo transporte de manifestantes de outros Estados. Marchas também foram realizadas em Belém, Recife, Fortaleza e Manaus, segundo a organização.
Na capital paulista, os manifestantes se concentraram em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo) e, por volta das 18h iniciaram uma caminhada até a praça Roosevelt, no Centro. Ainda na Paulista, o carro de som parou em frente ao edifício onde está localizado o escritório da Presidência da República, e oradores de diversos Estados e estrangeiros se revezaram em críticas ao governo.
"É preciso unir os trabalhadores para se construir a greve geral no Brasil contra Dilma e contra a burguesia", disse Paulo Barela, da executiva nacional da CSP Conlutas. "O pacote fiscal é um ataque aos direitos dos trabalhadores. Enquanto isso, o governo aprovou isenção para grandes empresas", completou.
Barela afirmou que o manifesto tem o objetivo de construir uma alternativa para os trabalhadores àquela ligada à CUT e UDT, considerada por ele como instituições cooptadas pelo governo. Segundo ele, os organizadores da marcha não defende diretamente o impeachment, mas não cogitam a antecipação do mandato da presidente da República. "Vamos discutir os meios. Pode ser parando o País com a greve geral, eleições gerais, uma nova Constituinte ou uma ação direta", disse Barela.
Uma reunião entre lideranças das organizações está marcada para este sábado no Sindicato dos Metroviários, onde será discutida uma agenda de mobilização para o mês de outubro. A expectativa é de participação de 1,5 mil pessoas de diversos Estados. "Essa é uma movimentação da base, de baixo contra o governo e a oposição, que brigam no varejo e se acertam no atacado", disse Cacau Pereira, membro da executiva nacional da CSP Conlutas. Com informações do Estadão Conteúdo.