Arthur do Val e Orlando Silva trocam alfinetadas em debate
De acordo com a mais recente pesquisa Ibope/TV Globo/Estadão, Arthur do Val tem 2% das intenções de voto e Orlando, 1%
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Política Debate
"Filho de papai" e "ator de stand up" foram algumas das alfinetadas trocadas no debate entre dois candidatos à Prefeitura de São Paulo de lados opostos do espectro político: o deputado federal Orlando Silva (PCdoB) e o deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei (Patriota), realizado na noite desta sexta-feira, 23, em um bar e barbearia em Moema, na Zona Oeste da capital paulista. O duelo entre ambos contou com a mediação do jornalista Fábio Pannunzio, ex-apresentador do Jornal da Noite, da Band. No começo, houve problemas técnicos no áudio na transmissão no YouTube.
"Deve ser muito difícil ser comunista e ter que defender os Correios no lugar da Amazon, ou sugerir que vai criar o SP Food (um aplicativo de entrega estatal)", disse Arthur do Val, em resposta a Orlando, que perguntou se oponente acha que os aplicativos de entregas deveriam ser melhor regulamentados.
"Chama um desses economistas que você diz que vão te ajudar a governar para te explicar como funciona o mundo", rebateu o oponente, que defendeu a criação de uma tarifa mínima em prol dos motoristas e entregadores.
Quando Arthur argumentou que o ambiente altamente regulado dos taxistas estimula "o mercado negro", Orlando retrucou: "mas se o mercado é negro é porque é muito bom!", diante de risos de todos. "Imagino que você esteja elogiando o mercado negro em São Paulo e não reproduzindo um discurso racista que atribui a negros fatores negativos", completou o candidato do PCdoB.
Em seguida, Arthur do Val acusou o oponente de ter julgado "pela minha cara" o quanto ele tinha trabalhado na vida. "O que eu falei foi que você nunca bateu um prego numa barra de sabão!", disse Orlando Silva. Em seguida, o candidato da direita retirou da mochila um prego, um martelo e um sabonete. "Olha só pessoal, vou acabar com todos os argumentos do Orlando Silva", disse, antes de dar a martelada.
"Quero ressaltar o fato de que esse debate deveria estar acontecendo nas emissoras de televisão, que são concessões públicas. Não está acontecendo por quê? Porque os donos dessas televisores seguem ordens de alguns candidatos", afirmou Pannunzio.
A ideia surgiu a partir do entendimento das campanhas de ambos de que a troca de críticas entre Orlando e Arthur no debate da Band, em 2 de outubro, foi um dos pontos altos do encontro. Na ocasião, o comunista disse que o oponente não tinha "cara de trabalhador" e foi rebatido por Mamãe Falei, que afirmou ter sido "sucateiro na zona leste". De acordo com a campanha do Arthur, essa troca de faíscas foi o tema mais pesquisado sobre o debate em plataformas de busca.
Desde então, Globo, SBT, Record, Rede TV! e CNN cancelaram seus debates. Já a TV Cultura confirmou que vai realizar um embate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo no dia 12 de novembro. As campanhas de ambos criticam a postura das emissoras de TV que cancelaram seus encontros, classificando a decisão como "antidemocrática".
De acordo com a mais recente pesquisa Ibope/TV Globo/Estadão, Arthur do Val tem 2% das intenções de voto e Orlando, 1%. Por pertencerem a partidos com ao menos seis representantes no Congresso Nacional, ambos têm direito legal a serem chamados para os debates.