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Bolsonaro e Maia disputam apoio de partidos indecisos em sucessão na Câmara

Desde o início da semana, Bolsonaro tem feito pressão pública por apoio a Lira, principalmente sobre a bancada ruralista.

Bolsonaro e Maia disputam apoio de partidos indecisos em sucessão na Câmara
Notícias ao Minuto Brasil

22:00 - 13/01/21 por Folhapress

Política eleição Câmara

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em uma disputa cada vez mais acirrada pelo comando da Câmara dos Deputados, os presidentes Jair Bolsonaro (sem partido) e Rodrigo Maia (DEM-RJ) iniciaram uma queda de braço pelo apoio de duas siglas que ainda não anunciaram posição oficial.

O PTB, de Roberto Jefferson, e o Solidariedade, de Paulinho da Força, pretendem anunciar na próxima semana se apoiarão Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, ou Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Maia. As duas bancadas têm, juntas, 25 integrantes.


Apesar do número não ser alto, o apoio delas, na avaliação dos dois blocos partidários, tornou-se crucial diante da expectativa alta de traições na disputa legislativa, já que a votação para a sucessão de Maia é secreta.


Nesta quarta-feira (13), a convite de Bolsonaro, cinco parlamentares do PTB foram ao Palácio do Planalto. O presidente intensificou o contato com deputados e senadores a duas semanas das eleições para o comando das duas Casas.


Segundo relatos de presentes, o presidente fez questão de abordar no encontro a sucessão de Maia e reforçou que seu candidato é Lira. Ele, no entanto, não chegou a fazer um pedido direto de apoio fechado da bancada da legenda ao seu candidato.


Nesta quarta-feira (13) também, Bolsonaro falou pelo telefone com Jefferson e tratou do tema. O presidente nacional do PTB é favorável ao apoio a Lira, mas a bancada federal, segundo integrantes do partido, está dividida entre os dois candidatos.


Desde o início da semana, Bolsonaro tem feito pressão pública por apoio a Lira, principalmente sobre a bancada ruralista da qual o deputado federal Paulo Bengston (PTB-PA), que participou do encontro com o presidente nesta quarta-feira (13), faz parte.


Na reunião no gabinete presidencial, os deputados presentes reforçaram convite para que Bolsonaro ingresse no PTB, sugestão já feita por Jefferson. Em tom de brincadeira, o mandatário disse que, diante da pressão, acabaria se filiando à legenda.


O bloco de Baleia também tem conversado com deputados do PTB na tentativa de convencê-los a apoiar o candidato do MDB. Segundo relato feito à reportagem, Maia também chegou a discutir com integrantes da legenda o assunto.


Além do PTB, outra sigla que também tem sido disputada é o Solidariedade. O partido marcou reunião na próxima segunda-feira (18) para definir uma posição. Hoje, a cúpula da legenda é favorável a um apoio a Baleia, mas a bancada federal está dividida.


Na terça-feira (12), Maia e Baleia tiveram uma conversa com Paulinho para discutir o assunto. Em sentido contrário, auxiliares palacianos têm procurado deputados do Solidariedade para convencê-los a endossar a candidatura de Lira.


As conversas oficiais com o Solidariedade têm sido conduzidas, no bloco de Lira, pelo próprio candidato e pelo deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), aliado do líder do centrão. A ordem, no entanto, é para que não seja feito nenhum movimento que crie animosidade com Paulinho.


O bloco de Lira acredita que, apesar da posição da cúpula da sigla a favor de Baleia, a maioria da bancada federal tende a se posição a favor de Lira na reunião da próxima semana. Para eles, um anúncio do PTB também é questão de tempo.


Hoje, Baleia conta com o apoio de um conjunto de partidos que soma 278 parlamentares. Já Lira tem o respaldo de siglas que totalizam 206 parlamentares. A sinalização de apoio, no entanto, não significa a adesão completa da bancada da sigla à chapa eleitoral.


Isso porque elas só se tornam oficiais após o registro da candidatura, na véspera da votação, e podem mudar de postura até lá. Além disso, pode haver traições de deputados à decisão oficial da bancada. Os cálculos dos blocos de Lira e de Baleia é de que, hoje, há um percentual de risco de defecção de pelo menos 20%.


Ou seja, que no mínimo 1/5 dos deputados federais que formam cada grupo partidário podem votar no candidato adversário. Para evitar traições, tanto Lira como Baleia têm trabalhado para reduzir esse percentual a 10%.

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