Estudo detecta ação de empresas em campanhas de desinformação
No Brasil há evidências da atuação de agências governamentais, partidos políticos, empresas e também influenciadores, que trabalham em conjunto com atores políticos para disseminar propaganda computacional
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Cresceu o número de países em que governos e partidos políticos recorrem ao serviço de empresas privadas para manipular a opinião pública nas redes sociais em 2020, aponta um relatório da Universidade de Oxford, no Reino Unido. A pesquisa identificou que em ao menos 48 países companhias são contratadas para operar redes de desinformação ou de contas falsas nas plataformas digitais, em um negócio que movimentou US$ 60 milhões desde 2009.
A quantidade de países onde esse fenômeno ocorre é 92% superior à registrada em 2019 e mais que o dobro do que o contabilizado em 2018. Os autores do estudo integram um grupo da universidade britânica que desde 2016 mapeia a ação global de "tropas virtuais" ligadas a atores políticos que disseminam a prática de propaganda computacional na internet - isto é, o uso de algoritmos, automação e contas operadas por humanos para espalhar informações e propagandas enganosas nas redes sociais.
Segundo o relatório, no Brasil há evidências da atuação de agências governamentais, partidos políticos, empresas e também influenciadores, que trabalham em conjunto com atores políticos para disseminar propaganda computacional.
Para manipular o debate público nas redes sociais, as tropas virtuais se utilizam de diferentes estratégias e ferramentas. De acordo com o documento, o Brasil pertence ao grupo de 57 países em que foram registradas evidências do uso de bots ou contas automáticas.
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O País também está ao lado de outras 78 nações em que as redes de propaganda computacional recorrem a contas ciborgues, ou seja, que são operadas por humanos, mas agem de maneira semelhante a bots - postando repetidamente para inflar o debate sobre um assunto nas redes sociais.
O Brasil também aparece entre 76 países em que as "tropas virtuais" coordenam a criação de canais de conteúdos de desinformação. Os pesquisadores identificaram ainda a ação dessas redes na promoção de ataques a adversários políticos, ativistas e jornalistas.
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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.