Após Bolsonaro destacar voto em cédula no Senado, Barroso, presidente do TSE, exalta urna eletrônica
O ministro destacou que na época em que o pleito no Brasil ocorria por voto no papel as fraudes se espalhavam por todo o país e que o retorno do sistema seria um retrocesso
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Política Luís Roberto Barroso
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Pouco depois de o presidente Jair Bolsonaro destacar que a vitória de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na presidência do Senado ocorreu por voto em cédula, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, exaltou a urna eletrônica e afirmou que o sistema eleitoral brasileiro é confiável e auditável.
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A declaração ocorreu na primeira sessão do ano da corte, nesta segunda-feira (1º). Barroso afirmou que, em um ano difícil devido à pandemia da Covid-19, as eleições municipais aconteceram com "grande sucesso".
O ministro destacou que na época em que o pleito no Brasil ocorria por voto no papel as fraudes se espalhavam por todo o país e que o retorno do sistema seria um retrocesso.
"É impossível, com todo o respeito devido e merecido às compreensões diferentes, defender a volta ao voto em cédula", disse.
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Barroso afirmou que a impressão do voto depositado na urna eletrônica, que seria um misto dos dois sistemas e que é defendido por Bolsonaro, seria negativo porque geraria a judicialização das eleições.
"Nosso sistema vem dando certo desde 1996 e pode ser fiscalizado e auditado antes, durante e depois das eleições", frisou.
O presidente do TSE ainda citou uma pesquisa do Instituto Marielle Franco sobre a violência contra candidatas mulheres nas eleições do ano passado e ressaltou que a corte está atuando para ampliar a participação feminina na política. A pesquisa contabilizou que 78% das candidatas negras relataram ter sofrido ataques virtuais no período eleitoral.
Além disso, Barroso criticou a invasão no Congresso americano por apoiadores do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro deste ano e destacou que a democracia não permite o pensamento único.