PF indicia Kassab e mais dois sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro
Em nota, a Polícia Federal disse que, além das delações, foram realizadas "diversas outras diligências".
© Antonio Cruz/Agência Brasil
Política GILBERTO-KASSAB
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Com a investigação da Operação Lava Jato Eleitoral concluída nesta segunda-feira (22), a Polícia Federal decidiu indiciar Gilberto Kassab (PSD), Flavio Castelli Chuery (PSD) e Renato Kassab sob suspeita de crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
As investigações da Lava Jato em São Paulo foram iniciadas a partir de delações premiadas de acionistas e executivos do grupo J&F.
Em nota, a Polícia Federal disse que, além das delações, foram realizadas "diversas outras diligências" como, por exemplo, quebra de sigilos bancários e fiscal dos investigados e de empresas e análise de material de busca e apreensão.
As penas para esses delitos variam de 3 a 12 anos de prisão, segundo a PF.
Em dezembro de 2018, quando já estava escalado para ser o secretário da Casa Civil de João Doria (PSDB), então governador eleito de São Paulo, Gilberto Kassab foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua casa.
Antes mesmo de tomar posse, Gilberto Kassab pediu licença do posto – e assim permaneceu até o final do ano passado, quando pediu sua saída do cargo. Na época do mandado, Kassab ainda era ministro das Comunicações do governo do então presidente Michel Temer (MDB).
Na época, a Procuradoria-Geral da República, que fez o pedido de busca e apreensão, acusou Kassab de receber R$ 58 milhões em vantagens indevidas do grupo J&F, que controla a JBS.
Segundo a Procuradoria, Kassab teria recebido R$ 350 mil mensais entre 2010 e 2016, o que totalizou R$ 30 milhões. Os outros R$ 28 milhões foram pagos ao PSD, partido do ex-prefeito de São Paulo (2006-2012).
Segundo a Polícia Federal, o inquérito e o relatório das investigações contra os indicados já foram entregues à 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, que tomará as "providências cabíveis".
Desde a época em que as acusações foram relevadas, Kassab tem negado ter cometido qualquer tipo de crime. Disse que a empresa investigada de fato prestava serviços para a JBS e que por isso recebia os pagamentos do conglomerado empresarial.