Em live com mentiras e menções a Forças Armadas, Bolsonaro ataca governadores e Lula
O presidente fez críticas aos governadores –em especial aos de São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Sul– por causa de medidas restritivas que estão sendo adotadas para tentar conter a disseminação do novo coronavírus.
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Política BOLSONARO-INTERNET
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em uma live que durou mais de uma hora, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mentiu, fez menção às Forças Armadas ao dizer que faz "o que o povo quiser" e atacou governadores e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dentre as mentiras ditas por Bolsonaro nesta quinta-feira (11), ele voltou a afirmar que nunca se referiu à Covid-19 como uma "gripezinha".
Bolsonaro utilizou o termo gripezinha duas vezes. Em uma entrevista em 20 de março do ano passado, ele disse que "depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, não".
Quatro dias depois, desta vez em um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, usou o termo pela segunda vez.
"No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho", afirmou em 24 de março de 2020.
Bolsonaro também disse que o governador João Doria (PSDB-SP) promove pancadão em sua residência
O governo paulista afirmou que a gravação que circulou nas redes sociais foi feita da residência da vizinha Alessandra Maluf. O som mais alto viria de outra casa na mesma rua onde Doria mora, no Jardim Europa, mas não havia nem festa nem aglomeração no local.
A assessoria do governador afirma ainda que o filho do governador nem sequer mora no local e não estava em São Paulo na data da gravação.
O presidente reafirmou que nunca foi contra vacina, o que também não procede. Há diversas manifestações do presidente contra a vacinação.
"Ninguém vai tomar tua vacina na marra, não, tá ok? Procura outra. E eu, que sou governo, não vai comprar sua vacina também não. Procura outro pra pagar sua vacina", disse o presidente em uma live em 29 de outubro do ano passado.
"Eu não vou tomar vacina e ponto final. Minha vida está em risco? O problema é meu", afirmou em entrevista à TV Bandeirantes em 15 de dezembro de 2020.
Bolsonaro também voltou a fazer menção às Forças Armadas e ao período da ditadura militar no Brasil.
"Eu faço o que o povo quiser. Digo mais: eu sou o chefe supremo das Forças Armadas. As Forças Armadas acompanham o que está acontecendo. As críticas em cima de generais, não é o momento de fazer isso. Se um general errar, paciência. Vai pagar. Se errar, eu pago. Se alguém da Câmara dos Deputados errar, pague. Se alguém do Supremo errar, que pague. Agora, esta crítica de esculhambar todo mundo? Nós vivemos um momento de 1964 a 1985, você decida aí, pense, o que que tu achou daquele período. Não vou entrar em detalhe aqui", disse Bolsonaro.
O presidente fez críticas aos governadores –em especial aos de São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Sul– por causa de medidas restritivas que estão sendo adotadas para tentar conter a disseminação do novo coronavírus.
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"O governador fala que não é, mas é estado de sítio", disse Bolsonaro ao comentar o toque de recolher noturno em vigor no Distrito Federal.
Bolsonaro disse ter como "garantir a nossa liberdade" e que é o "garantidor da democracia", além de ser "a pessoa mais importante neste momento".
"Usam o vírus para te oprimir, para te humilhar, para tentar quebrar a economia", afirmou.
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"Quanto mais atiram em mim, de forma covarde, mais você está enfraquecendo quem pode resolver a situação", afirmou.
"Eu tenho que ter apoio. Se eu levantar minha caneta BIC e falar 'shazan', vou ser ditador", afirmou Bolsonaro.
Ao longo da live, ele também xingou o ex-presidente Lula, a quem chamou de jumento e "canista".
Em discurso na quarta-feira (10), Lula disse que Bolsonaro era terraplanista. Para rebater o petista, o presidente fez a live com um globo terrestre na mesa.
"O canista mandou dizer que a terra é redonda", disse Bolsonaro.