Postalis pôs R$ 570 mi em empresas de suposto operador do PMDB
O Postalis teve um rombo de R$ 5 bilhões nos últimos quatro anos
© Kelsen Fernandes/ Fotos Públicas
Política Correios
O empresário Milton de Oliveira Lyra Filho e o sócio dele, o investidor Arthur Pinheiro Machado, são investigado na Operação Lava Jato sob suspeita de intermediar o pagamento de propina para o PMDB. Segundo a Folha de S. Paulo, os dois foram
responsáveis
por
captarem
ao menos R$ 570 milhões do
Postalis
(fundo de pensão dos funcionários dos Correios).
O
Postalis
teve um
rombo de R$ 5 bilhões
nos últimos quatro anos. O fundo era uma área de influência do PT e do PMDB dentro do Senado. O jornal lembra que
Lyra chegou a ser
apontado como operador do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Além disso, o nome dele constava em uma
anotação que foi apreendida
no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS, preso em novembro) em uma
suposta propina de R$ 45 milhões para o PMDB.
As ligações de Lyra e Machado com os cofres do
Postalis
os deixaram na mira
da CPI dos Fundos de Pensão.
Em 2010,
Machado fundou o ATG (American Trading
Group) e, para levantar dinheiro, lançou um fundo. Duas semanas depois, o
Postalis
injetou R$ 120 milhões no negócio. Depois disso, os dois foram responsáveis por mais negócios pouco ortodoxos com o
Postalis.
Procurado pela reportagem,
Arthur Pinheiro Machado negou que tenha se beneficiado de contatos políticos.
"O
Postalis
nunca perdeu dinheiro com a gente: na debênture da RO Participações, investiram R$ 72 milhões e resgatou R$ 90 mi. Na
Alubam, anteciparemos pagamento dos juros, que é substancial, em menos de um ano", afirmou
ele.
Por sua vez, Milton Lyra disse que nunca
atuou para buscar recursos no
Postalis
para qualquer empresa.