'Jamais faria isso', diz marido de Joice, ao negar ter agredido a mulher
Ela desconfia de uma agressão e afirma ter dois suspeitos de ser o mandante do crime, ambos de nomes da política, sendo um deles um parlamentar
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Política JOICE-HASSELMANN
O neurocirurgião Daniel França, marido da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), negou qualquer possibilidade de ter agredido a mulher. A parlamentar está com fraturas e hematomas pelo corpo desde a madrugada do dia 18 e não se lembra como os ferimentos aconteceram. Ela desconfia de uma agressão e afirma ter dois suspeitos de ser o mandante do crime, ambos de nomes da política, sendo um deles um parlamentar. O casal, no entanto, não descarta completamente a possibilidade de ter sido um acidente doméstico.
"Primeira coisa, eu nunca agredi ninguém, nunca dei um tapa em ninguém, nem um murro em ninguém. Segunda coisa, eu não tenho nenhum motivo para fazer isso, eu jamais faria isso. Então, é exatamente por esta razão que tudo o que eu pude fazer para tentar comprovar o contrário, eu estou fazendo. Fui espontaneamente à polícia prestar depoimento. Me coloquei inteiramente à disposição de tudo, da imprensa, de tudo", afirmou França neste domingo, 25, para jornalistas no apartamento funcional da deputada, onde ela acordou ensanguentada e com os machucados há uma semana. Joice também participou da entrevista.
França foi quem socorreu a mulher. Questionados sobre a demora para registrar uma ocorrência sobre o caso, o que só foi feito na quinta, e também para procurar apenas o hospital, o que se deu na terça-feira, o casal afirmou que imaginaram no começo se tratar de um acidente doméstico. "Até quarta de manhã, eu tinha achado que tinha tomado um tombo, mas foram aparecendo hematomas em lugares que não tinha aparecido", disse a deputada.
"Quando eu a vi e a primeira hipótese que ela me falou foi 'eu caí, eu caí'. Aí, depois pensei se tratar de um acidente doméstico", afirmou o médico. França disse ainda que nunca viu nenhum episódio de sonambulismo da deputada apesar de afirmar que o medicamento que ela toma para dormir poder gerar sonambulismo.
O casal afirma que após receberem os resultados dos exames feitos no hospital, na quarta-feira, passaram a considerar a possibilidade de uma agressão por se tratar de muitos ferimentos.
Joice suspeita que uma pessoa tenha entrado no apartamento, onde ela estava com o marido, e provocado as agressões. Ela reafirmou ter dois suspeitos. "Um grande desafeto político que tem acesso muito fácil a esse bloco. Se alguém entrou aqui, não é coisa de amador", disse ela sobre um dos suspeitos. Ela se recusa a dizer os nomes, mas afirmou ter relatado quem são ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol), responsável pela investigação.
Na entrevista coletiva deste domingo, Joice contou que moram no seu bloco a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o deputado Efraim Filho (DEM-PB), líder do DEM na Câmara, que é seu vizinho de porta. Além dos dois, segundo a deputada, o presidente do PSL, Luciano Bivar (PSL-PE), também tem um apartamento no seu bloco. Os dois estão em atrito político desde que ela anunciou sua saída do partido no mês passado.
"Enquanto pode ter um bandido profissional mandado para me executar, esses papagaios imbecis de internet querem manchar a honra de um homem que se dedica a salvar vidas e que salvou a minha", criticou, em referência às acusações que o marido tem recebido nas redes de supostamente tê-la agredido. "Nojo dessa gente."
A Depol abriu uma investigação para apurar o que ocorreu com a deputada. Na sexta-feira, 23, ela prestou depoimento na Polícia Legislativa, que atua no Congresso Nacional. O Depol é o órgão responsável por cuidar da segurança dos parlamentares. "O Depol está ouvindo pessoas e analisando imagens do circuito fechado de TV do prédio em que a deputada reside", diz a nota da Câmara. A investigação está sob sigilo. Segundo a deputada, a Polícia Civil de São Paulo também acompanha o caso.