Oposição quer grande ato pelo impeachment de Bolsonaro no dia 2 de outubro
A ideia começou a ser discutida na quarta (8), após as declarações golpistas de Bolsonaro no 7 de Setembro
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Política Impeachment
MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Presidentes de legendas favoráveis ao impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido) devem se reunir na próxima quarta-feira (15) no Congresso para dar sequência à discussão sobre a realização de um grande ato em defesa da democracia e do afastamento do chefe do Executivo.
A ideia começou a ser discutida na quarta (8), após as declarações golpistas de Bolsonaro no 7 de Setembro -e em paralelo ao chamamento do MBL (Movimento Brasil Livre), que realizará uma manifestação pelo impeachment no domingo (12).
Participaram do primeiro encontro PT, PDT, PSB, PSOL, PC do B, PV, Rede, Solidariedade e Cidadania.
Segundo parlamentares envolvidos nas tratativas, não há pressa para realizar o ato logo após o que está sendo convocado pelo MBL. O objetivo é reunir forças e mobilizar o maior número de pessoas possível, inclusive internacionalmente, para elevar a pressão pelo impeachment.
Na noite desta sexta (10), a Campanha Nacional Fora Bolsonaro, que organizou os atos anteriores da oposição, indicou o dia 2 de outubro para a realização da próxima mobilização.
"A Campanha Fora Bolsonaro conclama os movimentos, organizações, partidos, ativistas e a população brasileira a continuar a pressão pelo fim deste governo genocida e criminoso, responsável pelo desemprego, fome, inflação miséria e a morte de quase 600 mil pessoas", diz a articulação.
"Não acreditamos no Bolsonaro, ele é um mentiroso contumaz, bate e recua. É o modus operandi dele. Seguiremos nas ruas até derrubá-lo", complementa Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP) e um dos dirigentes da campanha.
Bolsonaro passou os últimos dois meses com seguidos ataques ao STF e xingamentos a alguns de seus ministros como estratégia para convocar seus apoiadores para os atos do 7 de Setembro, quando repetiu as agressões e fez uma série de ameaças à corte e a seus integrantes.
Na quinta (9), o presidente divulgou uma nota afirmando que não teve "nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes" e atribuindo palavras "contudentes" anteriores ao "calor do momento".
A "Declaração à Nação" deixou o mandatário em saia-justa com apoiadores que respaldaram as ameaças golpistas no 7 de Setembro.
O texto, bem diferente do tom usual de Bolsonaro, foi redigido com ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB). O emedebista desembarcou em Brasília na quinta com a missão de fazer uma ponte entre o presidente e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Como mostrou o Painel da Folha de S.Paulo, Bolsonaro também conversou por telefone com Moraes, em ligação mediada por Temer.