Queiroz diz que sonha em voltar a ser amigo de Bolsonaro
Em julho deste ano, Queiroz reclamou nas redes sociais por ter sido abandonado por aliados do presidente. Consolado por um amigo, ele escreveu: "Minha metralhadora tá cheia de balas. kkkk"
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Política FABRÍCIO-QUEIROZ
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, acusado de ter operado um suposto esquema de devolução de salários no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), afirmou nesta terça-feira (23) que sonha em voltar a ser amigo do presidente Jair Bolsonaro.
"Se Deus quiser vou provar a minha inocência. Meu sonho é voltar a ter amizade com o presidente", disse em entrevista ao SBT .
O ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro afirmou que, desde a divulgação do escândalo da "rachadinha", nunca mais falou com Bolsonaro ou com o senador. Questionado, ele negou que esteja magoado com o afastamento. "Nem um pouco. Ele está certíssimo. Estou 100% com eles", disse.
Em julho deste ano, Queiroz reclamou nas redes sociais por ter sido abandonado por aliados do presidente. Consolado por um amigo, ele escreveu: "Minha metralhadora tá cheia de balas. kkkk".
Na publicação, o hoje presidente e então deputado federal Jair Bolsonaro posa ao lado de Queiroz, do deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), do assessor especial da Presidência da República Max Guilherme Machado de Moura e do advogado Fernando Nascimento Pessoa, assessor parlamentar do gabinete de Flávio no Senado. "É! faz tempo que eu não existo pra esses 3 papagaios aí!", comentou Queiroz.
Em entrevista ao SBT, o ex-assessor afirmou que o advogado Frederick Wassef o abrigou em seu escritório em Atibaia (SP) para proteger o presidente. Queiroz disse que teve que sair do Rio de Janeiro porque queriam matá-lo para culpar Bolsonaro. "Seria queima de arquivo para cair na conta do presidente, como aconteceu com o capitão Adriano [da Nóbrega, morto durante operação da Polícia Militar da Bahia]."
Amigo e ex-companheiro de batalhão de Queiroz, Adriano era apontado como chefe de uma milícia no Rio de Janeiro. Ele também é descrito pelo Ministério Público do Rio como tendo sido membro do esquema da suposta "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio.
O ex-capitão, expulso dos quadros da PM por envolvimento com o jogo do bicho, tinha a mãe e a ex-mulher nomeadas no gabinete do filho do presidente.
Queiroz afirmou que não conhece Wassef, e que o viu apenas pela televisão. O ex-assessor disse que o contato com ele foi estabelecido por meio de um de seus advogados. "Ele é o advogado do presidente, já pensou fazer essa covardia comigo e jogar a culpa no Jair Bolsonaro? Ele protegeu o presidente e protegeu a mim", afirmou.
Queiroz também negou que Wassef fosse o "Anjo" citado nas mensagens trocadas com familiares na época em que esteve abrigado no escritório do advogado. Essa pessoa era frequentemente tratada nos diálogos como alguém que queria controlar a movimentação da família.
O ex-assessor afirmou que utilizavam a alcunha para proteger "Daniel", um empresário de Atibaia de quem ficou amigo. Esse empresário é Daniel Bezerra Carvalho, dono de uma loja de conveniência na região. Ao Jornal Nacional Carvalho disse que em alguns momentos percebia apreensão na família.
"Às vezes tocava o telefone e eles iam embora. Mas eu não sei detalhar o que, quem era ou porquê", afirmou.
Queiroz também disse ao SBT que nunca existiu "rachadinha" e que é vítima de ilegalidades e de uma fraude processual. Ele afirmou, ainda, que nunca esteve escondido e que não tem qualquer relação com milícias.