PF quer usar dados sobre milícias digitais em inquérito que investiga Jair Renan
Os investigadores do caso de Jair Renan afirmam que o inquérito que ele é alvo indica para recebimentos "de vantagens" pelo filho do presidente
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Política Família Bolsonaro
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os investigadores responsáveis pela apuração sobre os negócios de Jair Renan, filho 04 do presidente Jair Bolsonaro (PL), querem utilizar informações do inquérito das milícias digitais.
A delegada Denisse Ribeiro, segundo mostra os documentos do inquérito, recebeu o pedido de compartilhamento da superintendência da PF no Distrito Federal. Caberá ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidir se autoriza ou não o compartilhamento.
O motivo do pedido é a citação ao empresário Allan Lucena nos dois casos. Ele seria parceiro comercial de Jair Renan e no caso das milícias digitais aparece em conversas com o jornalista bolsonarista Oswaldo Eustáquio.
Ao pedir o compartilhamento, os investigadores do caso de Jair Renan afirmam que o inquérito que ele é alvo indica para recebimentos pelo filho do presidente "de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade".
Segundo a PF, o núcleo empresarial investigado no caso do 01 "apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários".
Conforme publicou o jornal Folha de S.Paulo, a PF abriu em março um inquérito para investigar os negócios envolvendo Jair Renan. A apuração mira uma empresa do 04 e sua atuação junto ao governo federal.
A revista Veja mostrou em novembro que Jair Renan deu início a sua vida de empresário atuando para conseguir uma audiência em um ministério para tratar de interesses comerciais de um de seus patrocinadores.
O filho de Bolsonaro e o sócio ganharam um carro elétrico do grupo empresarial um mês antes de intermediar a reunião, de acordo com a reportagem. Segundo o jornal O Globo, o veículo é avaliado em R$ 90 mil.
A Folha de S.Paulo mostrou em dezembro que a cobertura com fotos e vídeos da festa de inauguração da empresa de Jair Renan foi realizada gratuitamente por uma produtora de conteúdo digital e comunicação corporativa que presta serviços ao governo federal.