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Não dá para pegar uma metralhadora?, sugere Ratinho ao criticar deputada

Não dá para pegar uma metralhadora?, sugere Ratinho ao criticar deputada

Não dá para pegar uma metralhadora?, sugere Ratinho ao criticar deputada
Notícias ao Minuto Brasil

10:00 - 16/12/21 por Folhapress

Fama Apresentador

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, 65, sugeriu nesta quarta-feira (15), em seu programa de rádio, que a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), 33, seja metralhada.

Ele fez a sugestão ao discordar da proposta da parlamentar para retirar os termos "marido e mulher" das celebrações dos casamentos civis. Ratinho também fez ataques machistas à deputada.

"Natália, você não tem o que fazer?", perguntou o apresentador, ao vivo, no programa Turma do Ratinho. "Vai lavar roupa, costurar a 'carça' do seu marido, a cueca dele. Isso é uma imbecilidade, querer mudar esse tipo de coisa", disse, com o apoio dos demais participantes.

Depois, ao ser informado que a parlamentar defende os termos "filiação 1" e "filiação 2" nas certidões de nascimento das crianças, Ratinho prosseguiu: "Tinha que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora"?

Ratinho também fez comentários sobre a aparência da deputada, após uma foto dela aparecer no monitor do estúdio onde o programa era transmitido.

"Feia do capeta", disse. O apresentador chamou a petista de imbecil e afirmou que o país tem assuntos mais importantes para serem discutidos.

"Incitar homicídio é crime", respondeu a deputada nas redes sociais. "Ele coloca a minha vida e minha integridade física em risco."

Natália Bonavides afirmou que vai acionar Ratinho judicialmente. "Essas ameaças e ataques covardes não ficarão impunes. O apresentador utilizou uma concessão pública para cometer crime."

A deputada recebeu apoio de outras políticas, como a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT).

"A violência política e de gênero praticada contra a deputada é inconcebível e não pode mais existir em nosso país. Incitar a violência é crime. Não é a isso que devem prestar as concessões públicas", disse Fátima Bezerra.

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou que a violência contra a mulher política no Brasil é brutal e revela o machismo e a misoginia estrutural. Ela prestou solidariedade a Natália Bonavides e chamou os ataques de sórdidos. "Estamos juntas. Não nos calarão", escreveu nas redes sociais.

Para a vereadora Erika Hilton (PSOL), a concessão pública da emissora deveria ser revogada. "É um crime incitar o assassinato de uma pessoa", disse.

"Esse comunicador precisa ser investigado e responsabilizado por ameaça e incitação ao ódio e ao homicídio", defendeu a deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ). "Exigimos que ele seja responsabilizado", concordou a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ).

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) prestou solidariedade à petista. "Enquanto uma de nós não estiver segura para exercer seus direitos políticos, nenhuma de nós estará", disse.

No final de setembro, após Tabata defender em uma entrevista a necessidade de "furar a bolha da esquerda e da direita" e "chegar ao povo", o ator José de Abreu compartilhou um tuíte de outro perfil que dizia querer socar a parlamentar.

O projeto de lei apresentado pela deputada petista propõe a alteração do Código Civil para mudar os termos da declaração feita nas cerimônias de casamento civil. O objetivo é assegurar o tratamento igual entre os casais.

Com a mudança, os termos ficariam assim: "De acordo com a vontade que acabam de declarar, eu, em nome da lei, declaro firmado o casamento".

Segundo os argumentos da parlamentar, o Código Civil de 2002 reproduz em seu texto a declaração solene para realização de casamentos de acordo com termos previstos no Código Civil de 1916, sem adequação à pluralidade de configurações de casais e famílias dos tempos atuais.

"Após uma luta firme de movimentos LGBTs, o Supremo Tribunal Federal reconheceu o óbvio: é inaceitável que a ordem jurídica brasileira impeça que casais homoafetivos se casem", lembra Bonavides.

Para ela, é preciso adequar a cerimônia civil, pois casais homoafetivos são submetidos a constrangimentos "que são verdadeiras violações de direitos".

O projeto foi apresentado na Câmara dos Deputados e aguarda despacho do presidente Arthur Lira (Progressistas-AL) para seguir a tramitação.

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