Delatores podem ter benefícios anulados por mentirem após acordo
Fernando Moura, Roberto Trombeta e Rodrigo Morales são suspeitos de mentir na delação premiada, deixar de entregar documentos, não pagar multa e por cometer crimes após se comprometer a ajudar nas investigações
© DR
Política Delação Premiada
Nesta sexta-feira (12), o Ministério Público Federal pediu para que a Justiça avalie se Fernando Moura, Roberto Trombeta e Rodrigo Morales, três delatores da Lava-Jato, podem ter invalidado seus acordos de colaboração com a Justiça.
Os três são suspeitos de mentir na delação premiada, deixar de entregar documentos, não pagar multa e por cometer crimes após se comprometer a ajudar nas investigações.
Em 22 de janeiro, ao ser ouvido pelo juiz Sérgio Moro, o lobista Fernando Moura, acusado de receber R$ 2,3 milhões de propina e de atuar na indicação de cargos comissionados na Petrobras, negou que tivesse lido o acordo antes de assiná-lo e disse que não recebeu de Dirceu uma recomendação para deixar o país quando estourou o escândalo do mensalão, declaração que, inicialmente, fora dada por ele.
Segundo informações do Extra, os outros dois delatores que terão seus acordos com a Justiça revistos são o contador Roberto Trombeta e seu sócio, Rodrigo Morales. De acordo com o MPF, os dois não forneceram documentos que comprovam crimes que eles delataram, como haviam prometido e deixaram de pagar a multa prevista no acordo. Além disso, os procuradores estão investigando indícios de envolvimento da dupla em "novos fatos criminosos" após assinar a colaboração com a Justiça.
Segundo o MPF, mesmo que a Justiça decida por invalidar os acordos de delação premiada dos três, as provas que já foram produzidas pelos delatores poderão continuar a ser utilizadas no processo.
No entanto, os delatores perdem "todos os benefícios que receberiam em razão da colaboração, como redução de pena e suspensão de processos", afirma o MPF.