Compartilhamento de provas sobre ajudante pode gerar novo embaraço para Bolsonaro
O caso está na CINQ (Coordenação de Inquéritos Especiais), onde tramitam a maioria das investigações cujos alvos são pessoas com foro privilegiado
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Além de afirmar que o presidente cometeu crime no vazamento da investigação sobre o hacker do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Polícia Federal pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, o compartilhamento de informações do ajudante de ordens Mauro Cid com o inquérito que investiga a declaração de Jair Bolsonaro (PL) sobre a relação da vacinação com o desenvolvimento de Aids.
Se Moraes aceitar o pedido feito pela delegada Denisse Ribeiro no relatório final sobre o vazamento do caso do hacker do TSE, a investigação, que até então contava apenas com informações públicas da live em que o presidente fez as afirmações sem provas, será reforçado com a quebra de sigilo telemático do ajudante de ordens.
Embora seja relatada por Moraes, a investigação não é conduzida pela equipe que cuida dos inquéritos das fake news e milícias digitais.
A fala do presidente foi vista pelos investigadores desses casos como mais um evento do grupo que atua na disseminação de desinformação. Mas como será outro delegado que conduzirá o inquérito, não se sabe qual a interpretação que será dada às declarações do presidente.
O caso está na CINQ (Coordenação de Inquéritos Especiais), onde tramitam a maioria das investigações cujos alvos são pessoas com foro privilegiado.
As informações compartilhadas mostram, segundo a PF, Mauro Cid na organização da live em que o presidente divulgou notícia falsa sobre a relação das vacinas com a Aids.
A live em que Bolsonaro fez a associação entre a doença e a vacinação ocorreu em outubro. Dias depois, YouTube e Facebook tiraram o vídeo do ar por desrespeitar as regras sobre disseminação de desinformação relacionada à Covid.