Michelle Bolsonaro diz que Deus vai provar que Milton Ribeiro é pessoa justa e honesta
"Posso dizer que eu amo a vida dele, tá?", afirmou a primeira-dama, quando questionada sobre a demissão
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Política MICHELLE-BOLSONARO
(FOLHAPRESS) - A primeira-dama Michelle Bolsonaro se mostrou abalada pela exoneração do ministro Milton Ribeiro (Educação), nesta segunda-feira (28), e afirmou que confia muito no pastor presbiteriano.
Ela disse que ainda não conversou sobre o assunto com seu marido, o presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, acrescentou que Deus "vai provar que ele [Ribeiro] é uma pessoa honesta".
Milton Ribeiro foi exonerado nesta segunda-feira, em uma ação para tentar diminuir o desgaste do governo Bolsonaro.
O agora ex-ministro se tornou alvo de grande pressão após a revelação de indícios de um esquema informal de obtenção de verbas envolvendo dois pastores sem cargo público, o que incluía pagamento de propina -Bolsonaro repete que em seu governo não há casos de corrupção.
Prefeitos apontam que essa espécie de balcão de negócios no MEC seria operado pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ligados a Bolsonaro, e priorizava a liberação de valores para gestores próximos a eles e a prefeituras indicadas pelo centrão, bloco político de sustentação ao governo.
Michelle participou também nesta segunda da cerimônia de filiação ao Republicanos dos ministros Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Tarcísio Freitas (Infraestrutura).
Em uma rara movimentação, a primeira-dama se aproximou de jornalistas e aceitou responder as perguntas sobre a demissão do ministro.
"Posso dizer que eu amo a vida dele, tá?", afirmou a primeira-dama, quando questionada sobre a demissão. Michelle é evangélica e mantinha proximidade com Ribeiro, que é pastor presbisteriano.
Michelle disse que não teve a oportunidade de conversar com seu marido sobre a demissão. Só disse confiar em Ribeiro.
"Deus sabe de todas as coisas e vai provar que ele é uma pessoa honesta, e justa, e fiel e leal", afirmou na sequência. Michelle também disse que ora pela vida do ex-ministro.
O ministro Tarcísio Freitas, que se filia ao Republicanos para disputar o governo do estado de São Paulo, foi mais econômico nas palavras. Questionado se a demissão poderia provocar algum desgaste ao governo, apenas respondeu que não.
O ministro João Roma (Cidadania) também manifestou apoio a Milton Ribeiro e disse que todos têm conhecimento da sua "lisura".
"Ministro Milton é seríssimo Todos sabem da lisura dele. Ele se antecipou aos fatos entregando o ministério", afirmou ao chegar para o evento.
"Um gesto, apenas, de não ficarem se aproveitando de distorção de fatos em relação ao governo. Mas todos sabem da lisura e da estatura moral do ministro Milton", completou.,
Questionado sobre o que foi distorcido, Roma disse: "Utilização indevida do ministério. Ele se antecipou a qualquer uma dessas situações para que alguém queira explorar a sua boa vontade"
Ele falou ainda que "sem dúvida nenhuma" são três anos sem corrupção no governo. "Tem algum ato que ateste em outro caminho no governo?".
E o ministro Gilson Machado (Turismo) disse que "com certeza" está mantido o discurso de que não há corrupção no governo.
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) chegou ao evento, mas não respondeu aos questionamentos dos jornalistas.
Milton Ribeiro encerrou uma semana de grande pressão e desgastes ao governo, ao ser exonerado do cargo. O ex-titular do Ministério da Educação entregou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro.
Logo no início da carta, Milton Ribeiro escreve que "desde o dia 21 de março minha vida sofreu uma grande transformação".
Foi neste dia que o jornal Folha de S.Paulo revelou áudio em que o próprio ministro diz priorizar amigos do pastor Gilmar Santos a pedido de Bolsonaro.