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Bolsonaro é visto como ruim ou péssimo por quase metade em SP e RJ

Pesquisa do instituto feita de terça (5) a quinta-feira (7) aponta que 49% dos entrevistados do estado de São Paulo e 48% do Rio de Janeiro consideram seu governo ruim ou péssimo.

Bolsonaro é visto como ruim ou péssimo por quase metade em SP e RJ
Notícias ao Minuto Brasil

11:45 - 10/04/22 por Folhapress

Política Datafolha

FELIPE BÄCHTOLD
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantém com avaliação majoritariamente negativa em dois dos maiores colégios eleitorais do país, de acordo com o Datafolha.


Pesquisa do instituto feita de terça (5) a quinta-feira (7) aponta que 49% dos entrevistados do estado de São Paulo e 48% do Rio de Janeiro consideram seu governo ruim ou péssimo.


Os que classificam a gestão como ótima ou boa são 28% entre os paulistas e 27% entre os fluminenses.


A avaliação regular está em 23% tanto em São Paulo como no Rio.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, no levantamento em São Paulo e de três pontos percentuais no do Rio.


O Datafolha ouviu nesta rodada 1.218 pessoas no estado do Rio e outras 1.806 no estado de São Paulo.


Para efeitos de comparação, em outra pesquisa do instituto, feita em todo o Brasil em março, os índices de avaliação do presidente estavam em patamares não muito distantes: 46% de ruim/péssimo e 25% de ótimo/bom. Naquele levantamento, os melhores índices para o governo estavam no Sul.


Os dois estados do Sudeste têm significado simbólico para o presidente por causa de suas ligações pessoais: nascido no interior paulista, construiu sua carreira política no Rio. Dois de seus filhos políticos se elegeram pelo Rio e um por São Paulo.


Além disso, há o enorme peso geopolítico dos dois colégios eleitorais. Na eleição de 2018, nesses dois estados Bolsonaro obteve vitórias com 68% dos votos válidos no segundo turno, abrindo uma frente de 11 milhões de votos sobre Fernando Haddad (PT) que garantiu sua eleição.


Foi nesses dois estados que o presidente centrou a articulação de palanques para a eleição deste ano. Em São Paulo, lançará o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e no Rio apoiará a reeleição de Cláudio Castro, do PL.


São Paulo, que tem 22% do eleitorado do país, se consolidou em campanhas presidenciais anteriores como um dos focos do antipetismo e nunca elegeu um governador do PT. Já o Rio de Janeiro, assim como Minas, desde 2002 sempre deu mais votos no segundo turno ao candidato que acabou eleito presidente.


A alta rejeição do presidente em São Paulo aferida nesta rodada da pesquisa embute uma notícia positiva para ele. Na ocasião anterior em que a avaliação foi pesquisada apenas no estado, as taxas negativas estavam bem mais altas.


Em setembro passado, a avaliação ruim ou péssima estava em 65% -16 pontos percentuais mais alta. O índice de ótimo e bom também se alterou expressivamente: era de 16%.


Na época, Bolsonaro vinha de uma sequência de desgastes relacionados à resposta à pandemia e às descobertas da CPI da Covid, no Senado. Também tinha se envolvido em embate com o Supremo Tribunal Federal que atingiu o ponto mais alto com a organização de manifestações de raiz golpista no 7 de Setembro.


A recuperação do presidente nas pesquisas de avaliação do mandato também reflete o fôlego obtido por ele nos levantamentos de intenção de voto.


No Datafolha de março, embora em desvantagem para o líder, o ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro recuperou terreno em simulações de segundo turno e consolidou a polarização com o petista na eleição presidencial.


O cenário se desenhou em meio a medidas do governo federal na área econômica, como o programa Auxílio Brasil, e à melhora na situação da pandemia.


A pesquisa desta semana sinaliza que, tanto no Rio quanto em São Paulo, a avaliação do presidente piora no segmento das mulheres e entre os mais jovens.


Na faixa de entrevistados com 16 a 24 anos, a taxa de ótimo/bom é de apenas 12% no Rio e de 18% em São Paulo.


Também tende a cair na faixa com escolaridade de nível superior, embora cresça em faixas com renda mais elevada.


Entre quem tem renda familiar mensal de cinco a dez salários mínimos, a aprovação ao presidente vai a 34% no estado de São Paulo.
Outro segmento mais próximo do bolsonarismo é o dos evangélicos. Nesse recorte, a taxa de ótimo ou bom vai a 37% no Rio de Janeiro e em São Paulo.


No Rio, a aprovação ao governo salta ao se levar em conta apenas o segmento dos eleitores do governador Cláudio Castro. Nesse eleitorado, 48% consideram o trabalho de Bolsonaro ótimo ou bom.


Já entre aqueles que aprovam a gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD), opositor do presidente, a rejeição ao trabalho de Bolsonaro vai a 60%.


Em São Paulo, a avaliação do presidente é melhor entre que acha o trabalho do ex-governador João Doria (PSDB) ruim ou péssimo. Nesse segmento, 39% aprovam a gestão federal.


Entre eleitores de Fernando Haddad, que agora lidera a disputa estadual, a reprovação a Bolsonaro chega a 68%.

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