Vereadora negra e trans de Niterói acusa deputado bolsonarista de transfobia e racismo
O parlamentar insultou Benny na tribuna da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) se referiu a ela como "vereador homem de Niterói".
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Política PSOL
A vereadora negra e trans de Niterói Benny Briolly (PSOL) registrou boletim de ocorrência na sexta-feira, 20, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) por transfobia e racismo contra o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB). O parlamentar insultou Benny na tribuna da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) se referiu a ela como "vereador homem de Niterói".
A delegada titular da Decradi, Débora Rodrigues, diz que encaminhará com celeridade o caso à Procuradoria Geral de Justiça do Estado. O órgão tem atribuição exclusiva para investigar deputados estaduais.
Briolly é a primeira parlamentar trans eleita em Niterói. Ela diz que irá processar o parlamentar estadual pelos ataques. Eleito em 2018 e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Amorim ficou conhecido por quebrar uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco. Estava ao lado do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB) e do então candidato a governador Wilson Witzel (PSC). Marielle tinha sido assassinada em 14 de março de 2018, com o motorista Anderson Gomes.
"Um vereador homem, pois nasceu com pênis e testículos, portanto, é homem", atacou Amorim, entre xingamentos contra Benny. "Agora, temos uma aberração do alfabeto inteiro designando o que eles chamam de gênero, gêneros aleatórios."
Em suas redes sociais, a vereadora afirmou que "a fala de Rodrigo Amorim espanta por conseguir ser inédito no grau de ódio nas ofensas proferidas. Tendo, inclusive, acontecido de forma aberta em uma sessão ordinária dentro da terceira maior casa legislativa do País".
"Benny Briolly acumula mais de 20 ameaças de morte, já foi vítima de ataques racistas e transfóbicos por vereador bolsonarista na Câmara Municipal de Niterói e por apoiadores e por diversas vezes já teve sua fala interrompida por pessoas que apontavam contra ela crucifixo, imagens de Nossa Senhora, Jesus Cristo e a bandeira do Brasil, além de gestos violentos como armas, vaias e xingamentos", escreveu, referindo-se a si mesma na terceira pessoa.
Nas redes sociais, Amorim voltou a atacar a vereadora Benny Briolly, referindo-se a ela no masculino e chamando-a de "machão". Procurado, ele ainda não se manifestou sobre o caso.