Desistência de Doria aumenta chances de Lula vencer no 1º turno, diz pesquisador
A avaliação é do cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes
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Política Eleições 2022
A desistência do ex-governador João Doria (PSDB) de concorrer à Presidência da República aumenta as chances do pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vencer as eleições presidenciais em primeiro turno. A avaliação é do cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes. Em parceria com o banco Genial, a Quaest tem produzido pesquisas de intenção de voto nacionais e estaduais.
Na avaliação do pesquisador, é possível analisar a saída de Doria da disputa presidencial a partir de três pontos de vista: político, simbólico e numérico. "Politicamente, Lula aumenta as chances de vitória no primeiro turno com o voto útil, pois o eleitor do Doria rejeita mais Bolsonaro do que Lula", defende Nunes. Nos cálculos da Quaest, 77% dos eleitores do ex-governador paulista rejeitam o presidente e 62% rechaçam o petista.
Já do ponto de vista simbólico, seria a oportunidade de a terceira via se unir e apresentar um candidato único, acredita Felipe Nunes. O tucano retirou sua pré-candidatura nesta segunda-feira, diante da dificuldade de conquistar apoio no PSDB, que prefere apoiar a senadora Simone Tebet (MDB) ao Palácio do Planalto. Em pesquisas qualitativas, ela apresenta rejeição menor.
"Simbolicamente, a terceira via aumenta as chances de organizar sua tropa para tentar viabilizar uma opção fora da polarização. A coordenação das elites é fundamental para que os eleitores possam tomar decisões eleitorais. Até aqui, a terceira via mais atrapalhou do que ajudou o eleitor", destaca o diretor da Quaest.
Já do ponto de vista numérico, lembra Felipe Nunes, o ex-governador de São Paulo sempre registrou baixa intenção de voto nas pesquisas. "Numericamente, não tem mudança significativa porque Doria sempre apareceu com pouco voto (de 3% a 5%). Mas Ciro (Gomes, do PDT) tem o maior potencial entre esses eleitores (54%). Lula tem potencial de 36% e Bolsonaro de 19%", afirma o cientista político. "(Simone) Tebet é muito desconhecida", acrescenta.