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Flávio recorre de decisão de Moraes que mandou apagar post sobre Lula

Em manifestação, a defesa de Flávio diz que o post não violou nenhuma norma legal e que estaria protegido pela liberdade de pensamento, garantida ao parlamentar em exercício do cargo.

Flávio recorre de decisão de Moraes que mandou apagar post sobre Lula
Notícias ao Minuto Brasil

08:30 - 21/07/22 por Folhapress

Política FLÁVIO-BOLSONARO

(FOLHAPRESS) - O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) recorreu nesta quarta-feira (20) da decisão do ministro Alexandre de Moraes, futuro presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que mandou retirar do ar uma publicação do parlamentar sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A representação foi movida pela oposição e acusa o filho do presidente Jair Bolsonaro de divulgar uma publicação que teria retirado de contexto uma fala de Lula, dando a entender que o ex-presidente teria comparado a população mais pobre a "papel higiênico", já que seriam úteis nas eleições e poderiam ser descartados depois.

Em manifestação, a defesa de Flávio diz que o post não violou nenhuma norma legal e que estaria protegido pela liberdade de pensamento, garantida ao parlamentar em exercício do cargo.

Além disso, os advogados afirmam que, por ter sido uma publicação em rede social, o conteúdo poderia ter sido rebatido "sem qualquer esforço" pela oposição.

A defesa de Flávio sustenta que não houve distorção da fala de Lula, uma vez que o discurso público do ex-presidente.

"Tampouco se tratou de fala gravemente descontextualizada, já que se expõe, com elogiável fidedignidade, trecho do polêmico e agressivo pronunciamento público", alegam.

No pedido enviado a Moraes, os advogados defendem que a decisão do ministro seja revista e que o post de Flávio não seja retirado do ar.

PCC

Na mesma decisão que mandou retirar do ar o post de Flávio Bolsonaro, Moraes determinou a exclusão de publicações feitas por bolsonaristas que ligavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e ao sequestro e assassinato de Celso Daniel.

A liminar alcançou Flávio, os deputados federais Otoni de Paula (MDB-RJ), Helio Lopes (PL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP); os administradores dos sites Jornal da Cidade Online e Jornal Minas Acontece; os responsáveis pelos canais no YouTube "DR News" e "Políticabrasil24" e pelos perfis "Titio 2021" e "Zaquebrasil", na plataforma Gettr.

Moraes disse que o direito à liberdade de expressão é garantido pela Constituição brasileira, mas acrescentou que esse direito fica sujeito a "posterior análise e responsabilização".

"A plena proteção constitucional da exteriorização da opinião (aspecto positivo) não significa a impossibilidade posterior de análise e e responsabilização de pré-candidatos, candidatos e seus apoiadores por eventuais informações injuriosas, difamantes, mentirosas, e em relação a eventuais danos materiais e morais, pois os direitos à honra, intimidade, vida privada e à própria imagem formam a proteção constitucional à dignidade da pessoa humana, salvaguardando um espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas externas, mas não permite a censura prévia pelo Poder Público", afirmou.

Em caso de descumprimento da liminar que ordenou a remoção das publicações, Moraes estipulou multa de R$ 10 mil por dia. Ele também determinou que os alvos da ação não publiquem mais essas informações. Nesse caso, ficou estipulada multa de R$ 15 mil.

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