Bolsonaro admite que Orçamento Secreto mantém parlamentares beneficiados ocultos
O esquema, relevado pelo jornal O Estado de S. Paulo, consiste na liberação de verbas indicadas por deputados e senadores em troca de apoio político no Congresso sem transparência.
© Getty
Economia Orçamento Secreto
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), reconheceu que o Orçamento Secreto oculta os verdadeiros beneficiados pelas emendas pagas pelo governo federal. O esquema, relevado pelo jornal O Estado de S. Paulo, consiste na liberação de verbas indicadas por deputados e senadores em troca de apoio político no Congresso sem transparência.
Não é possível saber os parlamentares que indicaram os recursos e os critérios usados para a definição. O mecanismo soma R$ 16,5 bilhões neste ano e chegará a R$ 19,4 bilhões em 2023.
"É conhecido como secreto isso porque quem diz para onde vai o dinheiro é o relator-geral do Orçamento, ora um senador ora um deputado federal. Isso tem que ser perguntado para ele, nem eu sei para onde vai esse recurso", disse o presidente da República, durante uma entrevista para o SBT em Londres. "Apesar de ser publicado em Diário Oficial da União, você não sabe o nome do parlamentar que mandou esse recurso e para que Estado. O que chega para os ministérios finalísticos é uma importância, 1, 2, 10, 50 ou 200 ou 300 milhões que vai para tal Estado. E você não sabe nada mais além disso", declarou Bolsonaro.
Ele voltou a afirmar que não tem "nada" a ver com o Orçamento Secreto e que vetou o mecanismo.
Diferente do que diz o presidente, no entanto, o modelo foi criado por meio de um projeto enviado por ele ao Congresso em 2019, após ter vetado uma proposta anterior e o veto ter sido mantido no Legislativo.