Eduardo Bolsonaro quer CPI contra institutos de pesquisa; aliados irão ao MP
Antes mesmo do resultado de ontem, aliados do presidente começaram uma avalanche de ataques contra as empresas mais tradicionais, como Datafolha e Ipec.
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Política Eduardo Bolsonaro
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta segunda-feira, 3, que vai começar a recolher assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a atuação dos institutos de pesquisa. A divergência de quase 10 pontos porcentuais entre o que apontavam os levantamentos e o resultado da corrida presidencial na votação do seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), e também imprecisões nas conclusões a outros cargos, como governadores e ao Senado, deu novo ânimo aos bolsonaristas, que usarão este como mais um argumento para reforçar suas teses contra o sistema eleitoral.
Conforme apuração do Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, além da tentativa de uma investigação via Legislativo - na Câmara, para protocolar um pedido de CPI, é necessário contar com o apoio de pelo menos 171 deputados -, aliados do presidente pretendem pedir que o Ministério Público investigue a atuação dos institutos de pesquisa. A ideia é abrir várias frentes de questionamento e ataques, na tentativa de desacreditar os levantamentos.
Antes mesmo do resultado de ontem, aliados do presidente começaram uma avalanche de ataques contra as empresas mais tradicionais, como Datafolha e Ipec, que chegaram a apontar possibilidade de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sob o presidente Jair Bolsonaro já no domingo, 2. A disputa foi apertada - o petista ficou apenas 5 pontos porcentuais acima, apesar de ficar a 1,6 ponto de vencer no primeiro turno - será decidida em segundo turno.
Um integrante da campanha bolsonarista comentou com a reportagem, contudo, que até mesmo os trackings internos erraram. O Broadcast Político teve acesso a alguns desses levantamentos da campanha na semana passada, apresentados por dois aliados, e o cenário também não era positivo para o chefe do Executivo.