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Documento escrito por lobista reforça suspeita de propina a senadores

Opera Zelotes apura um suposto esquema de compra de medidas provisórias que concederam benefícios fiscais a montadoras de automóveis

Documento escrito por lobista reforça suspeita de propina a senadores
Notícias ao Minuto Brasil

13:40 - 06/03/16 por Notícias Ao Minuto

Política Zelotes

Um manuscrito do lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, estaria reforçando a suspeita de pagamento de propina ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao senador Romero Jucá (PMDB-RR) e a Gim Argelo (PTB), ex-senador pelo Distrito Federal.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o material foi achado durante busca e apreensão da Operação Zelotes. A investigação apura um suposto esquema de compra de medidas provisórias que concederam benefícios fiscais a montadoras de automóveis.

No documento, está escrito o número "45" e, ao lado, as seguintes anotações: "15 - GA"; "15 - RC"; e "15 - RJ". Um laudo concluiu que o conteúdo foi escrito pelo lobista, que está preso.

Segundo a publicação, os números e as iniciais são as mesmas da versão apresentada pelo ex-auditor da Receita Federal João Gruginski, também investigado na operação.

Ele contou em depoimento que ouviu de APS que Renan, Jucá e Argello pediram R$ 45 milhões de suborno para trabalharem pela aprovação de emenda de interesse do setor automotivo, segundo a Folha havia divulgado.

Gruginski disse que transcreveu diálogos da reunião em um diário pessoal, APS "comentou abertamente" que os senadores solicitaram a quantia, "R$ 15 milhões para cada".

A defesa de APS argumenta que ele prestou serviço de lobby às montadoras Caoa e MMC Automotores, representante da Mitsubishi no Brasil. Porém, a defesa nega que tenha participado de negociações ilegais.

O mesmo documento recolhido entre os pertences do lobista é possível identificar ainda anotações com as siglas "Caoa" e "MMC", ambas relacionados a números, além de "MP 512". A Zelotes também investa a Caoa e a MMC, assim como a medida provisória 512 de 2010.

O autor de uma das emendas da MP é Gim Argello. Ele foi ouvido pela PF e afirmou que jamais recebeu qualquer tipo de vantagem.

Frederico Paiva, procurador responsável pela Zelotes, destacou que as anotações de APS serão úteis. "Assim como outras informações, essa anotação é importante. Será devidamente analisada e confrontada com outros elementos de prova", afirmou ele.

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