Família de soldado morto teme interferência política nas investigações
A defesa da vítima se queixou da falta de informações sobre a morte. A Defesa e a Força Aérea Brasileira (FAB) restringiram o acesso aos autos do inquérito, que foi classificado como sigiloso
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Justiça FAB
A família do soldado da aeronáutica Kauan Jesus da Cunha Duarte, de 19 anos, morto na manhã do último sábado, 19, no prédio do Ministério da Defesa pediu uma "apuração profunda" sobre as motivações que levaram ao crime e acerca da participação de terceiros.
De acordo com o advogado dos familiares, Walisson dos Reis, há o temor de que autoridades tentem "abafar o caso" e que haja interferência nas investigações por causa do "clamor político", já que a morte ocorreu dentro do anexo da sede do ministério, em Brasília.
"Estão tratando o caso como um acidente, mas a defesa entende que foi um homicídio. Para bem daqueles que desejam ingressar nas Forças Armadas e para a o bem da sociedade brasileira, a gente espera que o caso não seja politizado, que não haja interferência de terceiros na investigação, que seja uma investigação séria, a fim de a apurar com rigor o crime de homicídio que fora cometido", disse Reis, ao Estadão.
A defesa da vítima se queixou da falta de informações sobre a morte. A Defesa e a Força Aérea Brasileira (FAB) restringiram o acesso aos autos do inquérito, que foi classificado como sigiloso. Ainda segundo o advogado, as autoridades responsáveis pela investigação têm tratado com "descaso" o ocorrido e sequer procuraram a família para informar sobre o crime. Os familiares de Kauan só teriam ficado sabendo da morte do jovem por meio de um parente, que também trabalha nas Forças Armadas.
"A família não foi informada se o rapaz de fato foi preso em flagrante delito pelo crime de homicídio. A defesa soube que estão querendo colocar o caso como homicídio culposo, quando na verdade houve homicídio doloso. Houve intenção de matar já que atirou na cabeça do meu cliente", diz Reis.
Informações obtidas pela defesa da família da vítima apontam que a morte foi provocada por um tiro a curta distância na cabeça de Kauan.
Morte
O militar da Aeronáutica Kauan Jesus da Cunha Duarte, 19 anos, morreu na manhã de sábado, 19, após ser atingido por um disparo na cabeça no anexo do Ministério da Defesa, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O tiro teria sido dado por um colega de trabalho, o militar Felipe de Carvalho Sales, também de 19 anos, de acordo com as primeiras investigações. As informações foram reveladas pelo portal Metrópoles.
Em nota, o Ministério da Defesa lamentou o ocorrido.
"É com profundo sentimento de tristeza e pesar que o Ministério da Defesa lamenta o incidente ocorrido, na manhã deste sábado (19.11), no alojamento da guarda, localizado no prédio anexo da Pasta, e que vitimou, por meio de disparo de arma de fogo, um militar da Força Aérea Brasileira (FAB)", afirmou a defesa, em nota. A pasta disse ainda que acompanha a investigação dos fatos.
A Polícia Civil do Distrito Federal informou que foi registrada a ocorrência de um homicídio foi registrada na 5ª Delegacia de Polícia, localizada na Asa Norte, que ocorreu entre as 6h e as 7h da manhã deste sábado, num prédio anexo do Ministério da Defesa e que, por ser um crime militar, a investigação dos fatos ficará sob responsabilidade da Força Aérea Brasileira (FAB).