Maioria vê inação no DF contra golpistas, segundo Datafolha
Os dados foram apurados pelo Datafolha, que ouviu 1.214 eleitores por telefone em todo o Brasil.
© Reprodução / Twitter - Eduardo Simões
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IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para 63% dos brasileiros, as forças de segurança do Distrito Federal fizeram menos do que podiam para conter a destruição do interior de prédios públicos na praça dos Três Poderes no domingo (8) por hordas de golpistas inconformados com a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Outros 61% acham o mesmo do governador Ibaneis Rocha (MDB), que acabou afastado do cargo por 90 dias em medida determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que viu na inação suspeita de conivência criminosa com os fatos passados em Brasília.
Os dados foram apurados pelo Datafolha, que ouviu 1.214 eleitores por telefone em todo o Brasil. A margem de erro da pesquisa, feita na terça (10) e nesta quarta (11), é de três pontos para mais ou menos.
O papel das instituições está sob escrutínio central na debacle ocorrida no domingo. Segundo o Datafolha, Lula se sai melhor na reação ao caso, em uma proporção equânime que lembra indiretamente sua votação contra Bolsonaro -o petista bateu o então presidente por 50,9% a 49,1% dos votos válidos no segundo turno.
Para 39%, Lula cumpriu seu papel na crise. Já 37% acreditam que ele fez menos do que devia, enquanto 15% avaliam que ele fez mais. Não opinaram 9%. A aprovação do presidente cai entre os mais ricos, que ganham mais de dez salários mínimos, com 51% do grupo avaliando que ele agiu pouco.
No nível distrital, as forças de segurança cumpriram seu papel para 24%, enquanto 6% acharam que elas excederam sua função. Não souberam dizer 7%. Já Ibaneis é visto como um governante que cumpriu seu papel por 23%, enquanto 4% dizem que ele fez até mais do que devia. Não avaliaram 12%.
No caso da segurança, Lula decretou a intervenção federal no setor, fato de resto aprovado por 82% dos ouvidos. Moraes, por sua vez, decretou a prisão da cúpula da segurança do DF, ao ex-ministro da Justiça da gestão Bolsonaro Anderson Torres, que era secretário da área, à frente.