G7: Lula defende reforma na ONU e critica 'blocos antagônicos'
O encontro, intitulado "Trabalhando Juntos para Enfrentar Múltiplas Crises", contou com a participação de líderes dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.
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Política G7
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou neste sábado (20) durante a sessão de trabalho do G7, em Hiroshima. Em seu pronunciamento, o líder petista criticou a formação de "blocos antagônicos" e defendeu uma reforma no Conselho de Segurança da ONU. O encontro, intitulado "Trabalhando Juntos para Enfrentar Múltiplas Crises", contou com a participação de líderes dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.
Lula expressou sua preocupação com o protecionismo adotado pelos países ricos, enfatizando o "enfraquecimento do sistema multilateral de comércio".
"A Organização Mundial do Comércio permanece paralisada. Ninguém se recorda da Rodada do Desenvolvimento. Os desafios se acumularam e se agravaram. A cada ameaça que deixamos de enfrentar, geramos novas urgências", afirmou o presidente.
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Além disso, Lula defendeu o crescimento sustentável e ressaltou os esforços necessários dos países para implementar políticas de combate à fome, pobreza e desigualdade.
"A falsa dicotomia entre crescimento e proteção ao meio ambiente já deveria estar superada. [...] Para isso já temos uma bússola, acordada multilateralmente: a Agenda 2030."
O presidente também questionou a falta de representação adequada dos países emergentes nos órgãos de governança global ao abordar a discussão das "crises múltiplas".
"A solução não está na formação de blocos antagônicos ou em respostas que beneficiem apenas um pequeno número de países."
Lula aproveitou a ocasião para defender uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, incluindo a adesão de novos membros permanentes.
Segundo o presidente, somente com essa reforma a ONU terá "autoridade política e moral para lidar com os conflitos" do século 21.