Hostilidades a Moraes: defesa de bolsonaristas quer perícia própria e pede cópia de filmagens
O ministro Dias Toffoli, relator do inquérito, levantou o sigilo dos autos na semana passada, mas a íntegra da gravação, compartilhada por autoridades italianas, não foi divulgada
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Política STF
A defesa dos bolsonaristas investigados por hostilidades ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto de Roma, pediu novamente nesta segunda-feira, 9, para ter acesso ao vídeo das câmeras de segurança do terminal.
O ministro Dias Toffoli, relator do inquérito, levantou o sigilo dos autos na semana passada, mas a íntegra da gravação, compartilhada por autoridades italianas, não foi divulgada. "Não há razão para expor envolvidos e terceiros que aparecem nas cenas captadas", justificou o ministro.
Toffoli autorizou a defesa a assistir ao vídeo, mas negou a extração de cópias, ou seja, os advogados podem marcar um horário para ver a gravação, mas não podem levar consigo com uma versão.
Ocorre que os criminalistas Ralph Tórtima Stettinger Filho e Thiago Amaral Lorena de Mello querem fazer uma perícia privada no material e, para isso, insistem na cópia.
"O acesso a esse material, em cartório, sem que dele possa dispor livremente em seu escritório ou no de seu assistente técnico, equivale a não o ter, uma vez que a verificação de seu conteúdo, da forma como decidida, não possibilitará à defesa realizar qualquer trabalho ou manifestação fazendo uso dessas imagens, o que por certo cerceia por completo o trabalho defensivo", argumentam na petição enviada ao STF.
A Polícia Federal analisou as imagens das câmeras de segurança do terminal e concluiu que o empresário Roberto Mantovani 'aparentemente' bateu com 'hostilidade' no rosto do filho de Moraes.
Interlocutores do empresário demonstram preocupação com o que chamam de proximidade entre Moraes e a equipe da Polícia Federal que conduz o inquérito e elaborou o parecer sobre as filmagens. A análise foi feita por agentes da PF e não por peritos da corporação. A defesa afirma que o relatório é 'seletivo'.
"Fica a impressão, e não se quer acreditar nisso, que o material selecionado pela PF, serve aos interesses da família Moraes, podendo assim ser divulgado, enquanto cria-se obstáculo intransponível à defesa, que fica impedida de defender seus clientes nos autos, mediante a utilização de imagens que existam no interesse deles", diz outro trecho do pedido.
A decisão cabe ao ministro Dias Toffoli.
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