Relatório do impeachment ignorou irregularidades muito maiores, diz jornal
As "pedaladas fiscais" de 2014 foram cometidas de forma idêntica no ano de 2015, só que no ano anterior ocorreram em maior volume
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O relatório da comissão do impeachment não analisou irregularidades até 10 vezes maiores que as apontadas no texto como motivo para interromper o mandato de Dilma Rousseff, segundo o jornalista Dimmi Amora, do jornal 'Folha de S. Paulo'.
As "pedaladas fiscais" de 2014 foram cometidas de forma idêntica no ano de 2015, só que no ano anterior ocorreram em maior volume, com mais entes e no ano em que a presidente era candidata à reeleição, fato que tornaria o ato mais grave, de acordo com o jornalista.
O deputado Jovair Arantes (PTB-GO) considerou suficientes para abrir o processo de impeachment de Dilma Rousseff as pedaladas cometidas somente no ano de 2015, pois uma decisão do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) informou que não aceitaria analisar atos do mandato anterior de Dilma (2011-2014). Cunha usou como justificativa um artigo da Constituição que diz que a presidente só pode ser processada no mandato por atos referentes à suas funções.
Em 2014, o governo editou seis decretos que aumentavam os gastos em R$ 3 bilhões quando já sabia que não conseguiria cumprir a meta e havia pedido ao Congresso mudança nessa meta; e o não pagamento ao Banco do Brasil de R$ 3,5 bilhões de despesas do governo com o Plano Safra, em 2015, que o banco cobriu.
A defesa do governo, composta entre outros pelo Advogado-Geral da União (AGU) e pelo ministro da Fazenda Nelson Barbosa, nega que as pedaladas fiscais sejam irregulares ou que a presidente tenha responsabilidade por eles, o que não caracterizaria crime de responsabilidade fiscal.