Contra impeachment, Lula se abate e passa a receber 'nãos'
"Nem o Lula está conseguindo. Não tem mais jeito", disse o auxiliar da presidente Dilma Rousseff
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Política Cansaço
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentava agendar uma
conversa
com o bispo Edir Macedo, porém na noite de
quinta-feira (14) um ministro
do Palácio do Planalto informou que a tentativa de tal reunião
havia falhado.
"Nem o Lula está conseguindo. Não tem mais jeito", disse
o auxiliar da presidente Dilma
Rousseff, dando a entender que
governo, naquele momento, já não acreditava
reverter o quadro na batalha contra o impeachment,
segundo
informações da Folha de S. Paulo.
Faltando
poucas horas para o início da discussão do processo no plenário da Câmara dos deputados, ministros
mais próximos da presidente telefonavam para os aliados de Lula.
As contas estavam sendo feitas: a tabela mais otimista mostrava 176 dos 172 votos necessários para barrar o impedimento, porém
Lula sabia que
a margem era apertada demais.
Visivelmente cansado e
apreensivo, o ex-presidente tentava
transmitir
confiança aos aliados e dizia
que era hora de se focar nos deputados indecisos,
em abstenções e possíveis ausências.
Se não conseguissem apoio necessário para derrubar o impeachment, era
preciso fazer com que a oposição não chegasse aos 342 votos que confirmam o andamento do processo.
Porém o
petista
estava exausto. Desde que desembarcou em Brasília, na terça (12),
o cenário piorou
rapidamente, com a
debandada de importantes partidos da base aliada, como PP e PSD.
Depois do almoço com os ministros Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência) e Ricardo
Berzoini
(Secretaria de Governo) para estabelecer a nova estratégia, Lula tentou agendar encontro com Aguinaldo Ribeiro (PB), líder do PP na Câmara.
O deputado, porém, negou
o convite de Lula, e os aliados ficaram surpresos com "um raro 'não' a Lula".
O ex-presidente resolveu
reeditar o
discurso. De "O que você precisa para ficar com a gente?" passou a falar do vice
Michel Temer (PMDB), que ganhava prestígio entre deputados antes pró-Dilma às vésperas do início do debate no plenário da Câmara.
"Confie na minha palavra. Eu vou mudar o governo. Com o Temer, você não sabe no que pode acreditar."