Ministro da Saúde também deve deixar o governo Dilma
Marcelo Castro estaria preocupado em descumprir obrigações no governo, já que diversos programas em andamento ainda não foram finalizados
© Agência Brasil
Política PMDB
Dois ministros do PMDB, Eduardo Braga (Minas e Energia) e Hélder Barbalho (Portos), deixaram os seus cargos nesta quarta-feira (19) e o terceiro ministro, Marcelo Castro (Saúde) também deverá sair do governo na próxima segunda-feira (25).
De acordo com o jornal O Globo, se isso se confirmar, a única remanescente do grupo de sete peemedebistas que ocupavam a Esplanada será a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.
A publicação recorda que Celso Pansera, que foi exonerado do Ministério da Ciência e Tecnologia na semana passada. Ele retomou seu mandato de deputado e votou contra o impeachment da presidente no último domingo (17). O parlamentar já comunicou ao governo que não retornará ao cargo.
A decisão de Castro e de Pansera foi tomada após conversa com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ). O peemedebista anunciou que a bancada retirou o respaldo às indicações de seus nomes após a votação do impeachment. Como a bancada de deputados decidiu, por ampla maioria, apoiar o afastamento de Dilma Rousseff, Picciani avaliou que a permanência no governo não seria coerente.
"Conversei com Marcelo Castro e Celso Pansera e disse que achava que eles não deveriam ficar, porque tinham sido indicados pela bancada e, nesse momento, não há mais respaldo da bancada. Eles já cumpriram as responsabilidades deles com o governo e com o país e, agora, devem retornar à Câmara", explicou Picciani à publicação.
Pansera acatou a sugestão e Marcelo Castro chegou a resistir. A informação é de que ele estaria preocupado em descumprir obrigações no governo, já que diversos programas em andamento ainda não foram finalizados, como o lançamento, na próxima semana, da campanha contra a gripe e o resultado de pesquisa sobre combate ao aedes aegypti.
A reportagem refere que a bancada de 65 deputados do PMDB tem mantido conversas com o vice-presidente Michel Temer e já especula sobre a participação que terá em seu eventual governo, caso o impeachment seja confirmado no Senado.
Picciani disse que "a bancada, se ocorrer de Temer assumir, estará unida para apoiá-lo. Ele sabe os espaços que a bancada tem e vai saber prestigiá-la".