Bolsonaro é o padrinho mais rejeitado em SP, diz Datafolha
O Datafolha ouviu 1.092 pessoas no levantamento
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) é um padrinho eleitoral mais eficaz do que o seu antecessor e rival, Jair Bolsonaro (PL), na disputa municipal em São Paulo. A vantagem do petista, contudo, vem caindo desde que o Datafolha passou a apurar o dado.
Na capital paulista, Guilherme Boulos (PSOL) é o nome apoiado por Lula na primeira disputa em que o PT não terá um nome próprio na cidade. Já Bolsonaro é próximo do prefeito Ricardo Nunes (MDB), mas a relação anda estremecida e especula-se se ele poderá migrar para a pré-candidatura do coach Pablo Marçal (PRTB).
Segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, feita na segunda (27) e na terça (28), 23% dos paulistanos votariam com certeza em um nome apoiado por Lula, índice semelhante ao aferido em agosto de 2023 e março deste ano.
Já aqueles que com certeza dariam o voto a um nome sugerido por Bolsonaro foram de 13% para 17% e 18%, respectivamente, reduzindo a diferença favorável da indicação de Lula de dez para cinco pontos percentuais.
A rejeição a apadrinhados de ambos também está em uma curva inversa, embora em patamares bem diferentes. Não votariam num lulista 45% dos paulistanos, ante 42% em março e 37%, em agosto. Já rejeitam um bolsonarista 61%; antes eram 63% e 68%, respectivamente.
Enquanto houve estabilidade entre aqueles que talvez votariam num indicado pelo ex-presidente (16%, 19% e 18% na série), caiu esse índice para quem for apoiado por Lula: 37%, 31% e, agora, 28%.
Os números refletem o empenho dos dois rivais nacionais. Lula apoia Boulos desde o ano passado, tendo tratorado o PT municipal, que vinha de seu pior desempenho na cidade em 2020. Subiu diversas vezes no palanque do aliado, e teve uma multa de R$ 25 mil proposta pelo Ministério Público por campanha antecipada num comício do 1º de Maio.
Isso se reflete no conhecimento de seu apadrinhamento, o mais eficaz entre todos os medidos pelo Datafolha. Dizem que Boulos é o candidato do presidente 47% dos ouvidos, enquanto 29% dizem desconhecer quem o petista apoia.
No caso de Bolsonaro, cujo PL e outros partidos próximos criticam a demora de Nunes em indicar um vice de seu agrado e que reclamam das tentativas do prefeito de se afastar do radicalismo do ex-presidente, a situação é diversa.
Apenas 26% dizem que o prefeito atual é seu candidato, e significativos 10% citam o coach Pablo Marçal (PRTB), que acaba de lançar seu nome, como o bolsonarista da vez. Não sabem quem é o apoiado por Bolsonaro 41% dos ouvidos.
Outros dois padrinhos secundários, no contexto da polarização brasileira, foram testados: o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que lançou a deputada e correligionária Tabata Amaral, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), alinhado a Nunes.
O caso de Alckmin é negativo para sua indicada. Apenas 14% votariam num nome apoiado por ele, ante 49% que rejeitariam e 33%, que talvez o fizessem. Mas 23% identificam Boulos, e não Tabata, como o nome preferido do vice.
Apenas 9% dizem que a deputada é a pré-candidata do ex-governador paulista, mesmo índice do prefeito e em empate técnico com José Luiz Datena (PSDB), que tem 6% de citações. Não sabem quem é o apoiado 41% dos ouvidos.
Já votariam num nome indicado por Tarcísio 18%, ante 33% que talvez o fizessem e 45% que nunca o fariam. O prefeito, que tem se aproximado do governador, é visto como seu pré-candidato por 33%, enquanto Marçal surge com 5%, empatado com Datena. Seu apoio é considerado incógnita por 39%.
O Datafolha ouviu 1.092 pessoas no levantamento, contratado pela Folha de S.Paulo e registrado sob o número SP-08145/2024 no Tribunal Superior Eleitoral. A margem de erro é de três pontos percentuais.
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