Delcídio falta a depoimento e Conselho marca votação para terça
Essa foi a quarta ausência seguida do senador
© Reuters
Política Ética
Após a quarta ausência seguida do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) a um depoimento marcado no Conselho de Ética do Senado para que ele preste esclarecimentos sobre as acusações de envolvimento no petrolão e obstrução de investigações da Lava Jato, os integrantes do Conselho decidiram encerrar a fase de instrução probatória e agendar para a próxima semana a votação do parecer final do caso.
A reunião desta terça-feira (26) durou menos de uma hora. O advogado de Delcídio, Adriano Nunes Bretas, alegou que aguardava uma resposta do presidente da comissão, senador João Alberto (PMDB-MA), sobre um pedido para que o ex-petista falasse apenas depois que as provas fossem compartilhadas pelo Ministério Público.
Semana passada, quando Delcídio também não compareceu ao depoimento, os conselheiros já haviam classificado essa como a "última chance" do senador. O relator, Telmário Mota (PDT-RR), voltou a dizer que foram dadas à defesa todas as oportunidades para se pronunciar. "A representação no Conselho não trata de processo judicial, não estamos aqui julgado o caso, mas da quebra de decoro. Em entrevistas e na própria defesa dele, ele admite tudo. A peça já é suficiente".
Mota declarou então encerrada a fase de instrução probatória, quando são apresentadas as alegações da defesa e da acusação, e deu três dias para que o advogado de Delcídio apresente as alegações finais.
A determinação foi apoiada por quase todos os membros do Conselho. Apenas o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ainda tentou propor uma nova chance para Delcídio ser ouvido. Outros senadores, contudo, lembraram que esta é a quarta vez que o colegiado convoca o ex-petista para prestar depoimento. O colegiado tenta ouvir o parlamentar desde 23 de março.
Maranhão convocou para a próxima terça (3), a votação do relatório de Telmário Mota na comissão. Caso o texto seja aprovado pelo Conselho de Ética na terça, o parecer segue para análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que vai analisar a juridicidade da peça e devolvê-la ao colegiado inicial. Só então o caso segue para votação no plenário da Casa.
Como de costume, Delcídio foi alvo de críticas por ter apresentado quatro pedidos de licença médica desde que foi solto, em 19 de fevereiro e, apesar disso, estar concedendo diversas entrevistas a veículos de comunicação nacional e estrangeiros. Com informações da Folhapress.