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Petista acusa Anastasia de prática de atos semelhantes aos de Dilma

Ao responder o senador Lindbergh, Anastasia não negou as acusações e disse que o processo em análise é o da presidente Dilma Rousseff e não de governadores e prefeitos

Petista acusa Anastasia de prática de atos 
semelhantes aos de Dilma
Notícias ao Minuto Brasil

16:28 - 29/04/16 por Folhapress

Política Meta fiscal

Um dos senadores mais atuantes na defesa da presidente Dilma

Rousseff

em relação ao seu processo de impeachment, o senador

Lindbergh

Farias (PT-RJ) acusou, nesta sexta-feira (29) o relator do caso na comissão especial do Senado,

Antonio

Anastasia

(PSDB-MG), de ter praticado atos semelhantes aos que embasam a denúncia contra a presidente no período em que foi governador de Minas Gerais.

"Dos quatro anos em que o senhor foi governador, o senhor não cumpriu em nenhum ano a meta fiscal em Minas. Quer cassar a presidente por um ato que fez como governador? Como justifica isso?", questionou o

petista.

Com documentos em mãos, o senador afirmou que

Anastasia

fez contabilidade criativa para fechar as contas do Estado e investiu menos do que o determinado legalmente nas áreas de saúde e educação. "O senhor sabe que não tem autoridade para afastar uma presidente", disse.

Ao responder o colega,

Anastasia

não negou as acusações e disse que o processo em análise é o da presidente Dilma

Rousseff

e não de governadores e prefeitos.

"Não haverá qualquer voz trovejante que vai tirar a minha serenidade e meu senso de responsabilidade para fazer o relato. [...] Vou falar nos autos desse processo. Minha filiação partidária ou atos que tomei no passado não influenciarão a minha responsabilidade neste processo. Não será com exaltação, com desespero que faremos esse processo", afirmou.

Em tom de ironia, o tucano completou: "Dizem que estão saudosos de mim por lá, mas o meu mandato [como governador] acabou".

Durante a discussão, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), criticou

Lindbergh. "É uma deslealdade ficar atacando o relator".

Esta não foi a primeira vez que o tucano foi acusado de ter utilizado manobras fiscais em sua gestão como governador, entre 2011 e 2014. Nesta quinta (28), deputados do PT entregaram a senadores da legenda denúncias neste sentido.

Segundo o deputado estadual Rogério Corrêa, que foi o porta-voz do grupo, Minas deixou de aplicar os percentuais mínimos de 12% da receita em saúde, e 25% em educação. Há atualmente uma ação em curso Justiça mineira aguardando julgamento.

Anastasia

firmou, em 2011, um Termos de Ajustamento de Gestão com o Tribunal de Contas do Estado fixando um percentual menor para 2012 e 2013.

AUDITORIA

Como a Folha de S. Paulo mostrou nesta sexta (29), uma investigação da

Controladoria-Geral de Minas aponta corrupção, desvios e mau uso de dinheiro público na construção de um centro internacional de meio ambiente no governo de

Anastasia.

A

controladoria, órgão do governo estadual, auditou amostra de R$ 37,7 milhões da obra, ou 16% dos R$ 230 milhões do total do projeto. Localizado na cidade de Frutal (MG), incluiu recursos estaduais, federais e do BNDES.

Dessa parte, os auditores verificaram que os prejuízos aos cofres públicos chegaram a R$ 18 milhões, ou seja, 48% do que foi investigado.

As irregularidades encontradas foram pagamentos indevidos a empresas por serviços não prestados ou prestados em desacordo ao contratado,

superfaturamento, não entrega de equipamentos, armazenagem e controle inadequado e restrição à competitividade de licitações.

A auditoria concluída no ano passado corre em sigilo. Suas conclusões foram obtidas pela Folha de S.Paulo.

QUADRILHA PARLAMENTAR

Antes de se dirigir ao relator do processo,

Lindbergh

afirmou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é o "líder de uma quadrilha parlamentar" e tem influência direta sobre o vice-presidente Michel Temer, beneficiário direto do eventual afastamento da presidente Dilma

Rousseff.

"Cunha já está montando o governo. Eduardo Cunha manda em Michel Temer. Muita gente agora está sendo surpreendida porque não sabia que a chapa desse golpe seria isso", disse. Cunha foi o responsável pela aceitação da denúncia contra Dilma pela Câmara, onde 367 deputados votaram pela autorização para a abertura do processo de impeachment no Senado. Com informações da Folhapress.

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