Delcídio pede anulação de gravação com Cerveró
O senador ainda pede a advertência em vez de cassação
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Política Solicitação
O senador
Delcídio
de Amaral
(Sem partido-MS), nas alegações finais apresentadas ao Conselho de Ética na noite de sexta-feira (28),
pediu
a anulação da gravação em que aparece planejando a fuga do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor
Cerveró, um dos principais delatores da Operação Lava
Jato.
O político ainda pediu
que a pena aplicada a ele não seja a cassação, mas somente uma advertência ou afastamento temporário do Senado, segundo o Extra.
No documento,
Delcídio
tenta novamente vincular o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à conversa que teve com o filho do ex-presidente da estatal,
Bernardo
Cerveró,
base da acusação que o levou à prisão entre 25 de novembro do ano passado e 20 de fevereiro deste ano.
No entanto, o
senador não explica
como Lula o teria convencido a procurar o filho de
Cerveró, oferecer dinheiro e tramar a fuga do delator. O relatório, que recomenda a cassação de
Delcídio, deverá ser votado na terça-feira (3).
Para a defesa do político, o Conselho de Ética deve desconsiderar a gravação das conversas de
Delcídio
com Bernardo
porque se trata de uma prova imprestável. O filho de
Cerveró
não poderia ter gravado a conversa e depois apresentá-la como prova.
"O único elemento de prova que pretende lastrear a malsinada imputação vertida na confusa e fantasiosa representação é um documento apócrifo – mais do que apócrifo, anônimo – que se autodenomina de
degravação", dizem os advogados.
Na conversa que teve com Bernardo
Cerveró, o assessor Diogo Ferreira e o advogado Edson Ribeiro,
Delcídio
sugere tirar
Nestor
Cerveró
da prisão, mandá-lo para a Espanha e bancar uma ajuda de custo para a família do delator.
Essa trama
deu base a prisão e ao pedido de cassação do mandato do senador.
A defesa diz que
Delcídio
procurou Bernardo porque tinha proximidade com a família de
Cerveró
e também para atender a um pedido de Lula em favor do amigo, o empresário José Carlos
Bumlai. O empresário foi um dos denunciados na delação de
Cerveró.
O senador garante
que, na fase das conversas preliminares, foram repassados R$ 250 mil para a família de
Cerveró. O dinheiro teria sido providenciado por um filho de
Bumlai. Caso a gravação e a representação não sejam anulados,
Delcídio
pede
Randolfe
seja impedido de votar.
"A propósito, o senador
Randolfe
que tem sido muito candente em suas ponderações no Conselho de Ética, mais do que subjetivamente suspeito, é objetivamente impedido de deliberar das votações do vertente caso", sustentam os advogados.