Nunes formaliza candidatura ao lado de Bolsonaro, Tarcísio e Temer
Também participam da convenção, no lado de fora da Assembleia Legislativa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-presidente Michel Temer (MDB).
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Política RICARDO-NUNES
ANA LUIZA ALBUQUERQUE E ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito Ricardo Nunes oficializa sua candidatura para a Prefeitura de São Paulo em evento na manhã deste sábado (3), em convenção municipal do MDB com a presença de bolsonaristas. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a divulgar um vídeo convocando os aliados para o evento.
Também participam da convenção, no lado de fora da Assembleia Legislativa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-presidente Michel Temer (MDB).
Além deles, ficaram na linha de frente do palanque a mulher de Nunes, Regina, e o candidato a vice, Ricardo Mello Araújo (PL), coronel da reserva da PM e indicação de Bolsonaro à chapa.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também compareceu ao ato. Ele discursou rapidamente e saiu do palco, citando que há decisão judicial que o proíbe de ter contato com Bolsonaro.
Bolsonaro aproveitou o discurso para fazer ataques ao governo federal e ao principal adversário do prefeito na corrida municipal, Guilherme Boulos (PSOL). Disse que não seria admissível eleger para a capital paulista alguém "que nunca trabalhou na vida", que invadia a propriedade alheia e que se alia ao PT para "liberar a maconha", o aborto e defender a "ideologia de gênero".
O ex-presidente afirmou também que Nunes já mostrou suas qualidades: "O que está dando certo não mude, toque para frente".
Bolsonaro falou ainda sobre Mello Araújo e afirmou que o oficial da PM fez uma boa administração à frente da Ceagesp, eliminando a corrupção no local.
O ex-presidente se referiu a Tarcísio como "um gestor, um tocador de obras, uma pessoa que orgulha a todos pelo seu trabalho". Afirmou que o país vive uma crise econômica e que a situação só não está pior pelo desempenho do governo paulista. "A administração de Tarcísio tem colaborado para que o Brasil vença a crise moral que está vivendo nesse atual momento."
Cabo eleitoral do prefeito, o governador teceu elogios a Nunes em discurso e voltou a apostar no argumento de que hoje existe sinergia entre prefeitura e Governo do Estado e que é preciso garantir a continuidade para desenvolver a cidade.
"Não tem como fazer metrô se a gente não estiver trabalhando junto, se não estiver em parceria", disse.
O governador mergulhou na campanha de Nunes com o principal objetivo de evitar a eleição do Disse que entende que o psolista na prefeitura dificultaria ações conjuntas.
"Nós temos uma frente ampla com 12 partidos juntos nesse projeto. Estou muito feliz de estar com uma dupla especial: o maior presidente da história do país, Jair Bolsonaro, e a maior primeira-dama da história do Brasil, Michelle", disse Tarcísio.
A convenção contou com referências e símbolos utilizados pelos apoiadores de Bolsonaro, como o canto do Hino Nacional. A paródia da música "Baile de Favela", marca das manifestações de rua em apoio ao ex-mandatário, misturou-se com um jingle da pré-campanha de Nunes.
A aliança com Bolsonaro coloca pressão no prefeito sobre quais acenos e compromissos deve dedicar ao bolsonarismo para agradar esse grupo em uma eleição moldada na polarização nacional, com o presidente Lula (PT) atuando em peso na pré-campanha de Boulos.
Surpreendido pela chegada à corrida eleitoral do influenciador Pablo Marçal, que ameaça dividir os votos da direita, Nunes cedeu ao ex-presidente e aceitou para a vice seu indicado, com a esperança de consolidar o apoio do eleitor bolsonarista.
Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, o ex-presidente já foi indiciado pela PF nos inquéritos das joias e da falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19. É alvo ainda sobre os ataques do 8 de janeiro.
Nunes, porém, chega à convenção na condição de alvo da Polícia Federal na chamada "máfia das creches". Como revelou a Folha, mais de 100 pessoas já foram indiciadas no inquérito que também apura suspeitas de lavagem de dinheiro por parte de Nunes quando ele era vereador. O prefeito ressalta não ter sido indiciado e afirma que a investigação não traz nada que o implique.
Até o momento, o emedebista aparece empatado tecnicamente com Boulos na liderança da pesquisa Datafolha. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) grudou em ambos na última rodada da Quaest divulgada nesta semana.