'Traidor' e 'arregão': Bolsonaro compartilha vídeo com ataques a Marçal após ato na Paulista
Bolsonaro criticou Marçal por dizer que "não tem problema nenhum com Alexandre de Moraes" e que "não vai arrumar briga com o STF"
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Política Tensão
O ex-presidente Jair Bollsonaro (PL) compartilhou um vídeo em sua lista de transmissão no Telegram no qual o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) é descrito como "traidor", "arregão" e "aproveitador". A peça é narrada por um locutor que diz que Marçal tem "medo" do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, principal alvo da manifestação de sábado, 7 de Setembro, na Avenida Paulista. O candidato a prefeito do PRTB esteve presente no ato, mas chegou prestes ao encerramento da passeata. Segundo assessores próximos a Bolsonaro ouvidos pelo Estadão, a atitude foi interpretada como uma tentativa de fugir do mote anti-STF do protesto.
O vídeo compartilhado pela lista de transmissão do ex-presidente exibe uma entrevista em que Marçal diz que "não tem problema nenhum com Alexandre de Moraes" e que "não vai arrumar briga com o STF". "Pode não ser a sua briga, Marçal, mas é a nossa briga. Brigar pela liberdade de expressão é a nossa briga", diz o locutor, em seguida.
O vídeo termina com o locutor afirmando que "a direita não pode ser enganada novamente e se dividir", pois isso é "tudo que o sistema quer".
A peça vai ao encontro do acirramento de ânimos entre o ex-presidente e o ex-coach, após o prelúdio de uma aproximação. Em nota enviada ao Estadão no sábado, Jair Bolsonaro afirmou que Marçal "quis fazer palanque às custas do trabalho e risco dos outros". Já Silas Malafaia, organizador do ato anti-STF e aliado do ex-presidente, chamou Marçal de "palhaço". A assessoria do ex-coach foi procurada para comentar as declarações, mas não respondeu.
A aproximação entre Jair Bolsonaro e Pablo Marçal foi ensaiada no final de agosto, com a subida dos índices de intenção de voto do ex-coach. Na semana passada, o candidato do PRTB apresentou oscilações dentro da margem de erro nos levantamentos, o que indica, por ora, estagnação.