Boulos mira eleitorado de Marçal Ao aceitar desafio de influenciador
Boulos anunciou a incorporação de propostas defendidas por Marçal, como a criação de escolas olímpicas e o incentivo a empreendedores da periferia, em seu plano de governo
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Política São Paulo
Em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, deputado federal Guilherme Boulos, tem adotado uma estratégia mais agressiva nesta reta final da disputa, com foco especial nos eleitores que votaram em Pablo Marçal (PRTB) na primeiro turno.
Boulos anunciou, por exemplo, a incorporação de propostas defendidas por Marçal, como a criação de escolas olímpicas e o incentivo a empreendedores da periferia, em seu plano de governo. Além disso, tem reforçado a ideia de ser o candidato da "mudança", se aproximando do discurso "antissistema" que o influenciador adotou durante a primeira fase da campanha.
Em entrevista à GloboNews nesta semana, o candidato do PSOL afirmou que o discurso da extrema direita teve mais apelo entre o eleitorado da periferia do que a mensagem da esquerda. "A maneira como esse segmento aderiu à candidatura do Marçal acendeu um alerta. A extrema direita soube passar uma mensagem mais sedutora, mas hipócrita, porque não está preocupada de verdade com essas pessoas."
Nesta quarta, 23, Boulos divulgou um vídeo em suas redes sociais no qual eleitores dizem ter votado em Marçal no primeiro turno e, agora, apoiam o deputado. Ao fim da peça, esses eleitores aparecem usando bonés azuis com a letra "B" - em alusão ao "M" que se tornou símbolo da campanha do influenciador. No X, antigo Twitter, o "movimento" foi apelidado de "união Bouçal".
No mesmo dia, Marçal propôs realizar uma sabatina com os dois candidatos que disputam o segundo turno em São Paulo - o adversário de Boulos é o prefeito Ricardo Nunes (MDB) - para ajudar seus eleitores a decidir o voto. "Aqui no meu canal, sem gracinha, sem diferenciação", declarou, ao fazer a proposta. Às vésperas do primeiro turno, Marçal divulgou um laudo falso que associava Boulos ao uso de drogas.
O candidato do PSOL aceitou o convite. "Eu topo, nunca fugi de dialogar com ninguém", respondeu. A campanha do prefeito disse que ele não deve participar. A sabatina, que será transmitida nos perfis de Marçal nas redes sociais, está prevista para esta sexta, 25, ao meio-dia. À noite, ocorre o último debate entre Nunes e Boulos antes da eleição, promovido pela TV Globo.
Ausência
Padrinho político do candidato do PSOL, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de viajar para São Paulo no fim de semana, por recomendação médica. Com isso, o petista não vai participar presencialmente das agendas de Boulos na véspera do segundo turno nem votar em São Bernardo do Campo (SP), seu domicílio eleitoral.
Lula sofreu uma queda no banheiro do Palácio do Planalto no último sábado, 19, e, de acordo com o boletim médico, sofreu uma lesão com corte e contusão na parte de trás da cabeça. O acidente levou o presidente a cancelar viagem que faria à Rússia para participar da Cúpula dos Brics. Ele tem despachado no Palácio da Alvorada com ministros e assessores.
O presidente não definiu se vai enviar um vídeo para a equipe de Boulos exibir na campanha.