Michel Temer foi informante dos Estados Unidos, diz Wikileaks
Os documentos com a visão política de Michel Temer são de 2006, mas a organização só divulgou nesta quinta-feira
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Política Divulgação
A
Wikileaks,
organização sem fins lucrativos da
Suécia, publicou em seu perfil do
Twitter, na noite de sexta-feira (12), que o presidente interino do Brasil,
Michel Temer (PMDB), foi informante da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
De acordo com os documentos divulgados, o
peemedebista
teria se correspondido com a embaixada via telegrama e o conteúdo seria classificado como "sensível" e "para apenas uso oficial". Segundo o Metrópoles, os arquivos foram transmitidos no dia 11 de janeiro de 2006, às 14h02 e no dia 21 de junho de 2006, às 16h05.
Temer
informaria sua visão de como estava a situação política brasileira na época, opinião principalmente referente às eleições de 2006, quando Lula foi eleito. Ele teria analisado o cenário em que seu partido poderia ganhar a corrida presidencial.
Além
disso, falou sobre as diferenças entre
Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
O político
teria dito que “as classes C, D e
E
acreditavam que Fernando Henrique teria roubado dos pobres e dado para os ricos. Já Lula roubado dos ricos para dar aos pobres”.
Os telegramas ainda apontam para
uma possível disputa entre um candidato do PMDB com Lula, caso não houvesse acordo entre os partidos.
Anthony Garotinho teria sido cogitado neste momento, mas haveria uma resistência no PMDB. Germano
Rigotto, na época governador do Rio Grande do Sul, e Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, também foram cotados.
Em outra parte do documento,
Temer se negou a prever os resultados das eleições, porém garantiu
que haveria segundo turno:
“qualquer coisa poderia acontecer”. Na ocasião, ele teria confirmado que o seu partido não apresentava candidatos à presidência e que o PMDB não seria aliado do PT e nem do PSDB, pelo menos até o segundo turno.
O presidente em exercício
teria dito que o PMDB elegeria, em 2006, entre 10 e 15 governadores pelo país, além de ter
também as maiores bancadas no Senado e na Câmara dos Deputados. Desta forma, o presidente
eleito teria que se reportar ao PMDB para governar. “Quem quer que vença a eleição presidencial terá que vir até nós para fazer qualquer coisa”, avisou Temer.