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Com delação, Valério pode virar companheiro de prisão do ex-goleiro Bruno

Preso em Belo Horizonte, operador apresenta proposta para dar informações sobre escândalo de corrupção

Com delação, Valério pode virar companheiro de prisão
do ex-goleiro Bruno
Notícias ao Minuto Brasil

09:05 - 17/06/16 por Notícias Ao Minuto

Política Mensalão

O

operador Marcos Valério se ofereceu ao Ministério Público de Minas Gerais para firmar um acordo de delação premiada sobre o

mensalão

tucano, após ser condenado a 37 anos de prisão no caso do

mensalão

do PT.

Uma proposta para isso foi protocolada na

17ª Promotoria de Patrimônio Público da capital pelo seu advogado,

Jean Robert Kobayashi Júnior, na quinta-feira (16). Tramitando na

9ª Vara Criminal, a informação foi divulgada pelo jornal O Tempo e confirmada pelo Globo.

Segundo a defesa de Valério, as informações que o operador tem a oferecer são “de extrema relevância” e “precisam vir a público de imediato”.

Kobayashi

confirmou que um dos pedidos feitos por Valério como condição para a delação é a sua transferência do Complexo Penitenciário de Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde está preso.

"Ele quer ser transferido para uma

Apac, a de Santa Luzia ou a de Nova Lima, que ficam mais perto de BH e têm condições melhores",

disse o advogado, fazendo referência às unidades de Associação de Proteção e Assistência aos Condenado (Apacs).

Se o pedido for aceito, e a eventual delação, homologada, Valério pode ser companheiro de confinamento do

ex-goleiro

Bruno Fernandes, condenado pela morte de Eliza

Samúdio. O ex-jogador cumpre pena na

Apac

de Santa Luzia.

A defesa alega que não houve nenhuma negociação com os promotores mineiros antes do protocolo na quinta-feira (16). Mesmo assim, Kobayashi espera uma resposta “imediata”:

"Estamos aguardando o MP elaborar uma proposta de delação. Espero que o prazo deles seja imediato".

Marcos Valério ainda negocia acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava

Jato. Deflagrada em abril deste ano, o operador é alvo da 27ª

fase e

pode estabelecer um possível elo entre o esquema de corrupção na Petrobras e o

mensalão. Desde maio ele é réu na operação.

Em depoimento prestado em 2012, em uma tentativa fracassada de fazer delação premiada, Valério afirmou ter pedido ao pecuarista José Carlos

Bumlai

que providenciasse R$ 6 milhões para repassar a

Ronan

Maria Pinto, dono do jornal “Diário do Grande ABC”, acusado de chantagear

petistas,

o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros Gilberto Carvalho e José Dirceu,

por ter informações comprometedoras a revelar sobre a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.

Na época, Valério não teria informado aos investigadores que sua empresa, a 2S Participações, teria sido utilizada para intermediar o empréstimo. Na denúncia apresentada contra o operador, o MPF destaca a participação da 2S.

Preso na Lava

Jato,

Bumlai

contraiu empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco

Schahin. O dinheiro teria sido repassado após contrato do grupo

Schahin

com a Petrobras para exploração de

sonda

no valor de R$ 1,6 bilhão. Em junho, o juiz Sérgio Moro autorizou a quebra do sigilo telefônico de Valério e de Gilberto Carvalho.

De acordo com a denúncia na operação, Marcos Valério fez repasses de, ao menos, R$ 55 milhões, oriundos de empréstimos fraudulentos obtidos junto aos bancos Rural e BMG. Há dez dias, o operador foi condenado pela Justiça Federal do Distrito Federal a devolver R$ 536 mil ao erário, junto com a agência de publicidade SMP&B, empresa da qual era sócio.

Visto como o embrião do

mensalão

do PT, o

mineiro envolve desvio de recursos para a campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998. Azeredo foi condenado, em dezembro de 2015, a 20 anos e dez meses de prisão pela 9ª Vara Criminal de BH, mas

recorre em liberdade.

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