Governador do RJ recebeu R$ 9 mi de proprina, diz ex-deputado
Em resposta, Francisco Dornelles afirmou que "não comenta declarações absurdas e ridículas feitas no âmbito de delação premiada"
© DR
Política Delação Premiada
O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE) disse em delação premiada que o governador interino do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), recebeu R$ 9 milhões do então presidente da empreiteira Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, para silenciar a CPI da Petrobras, segundo informações do jornal Estado de S. Paulo.
De acordo com o "Estado", o delator afirma que o Partido Progressista "tinha um acerto com a Queiroz Galvão, no valor de R$ 37 milhões de propina para a construção da Refinaria Abreu Lima (Renest)". Corrêa teria dito que o trato foi confirmado pelo ex-diretor da Queiroz Galvão Othon Zanóide Moraes Filho durante uma conversa com o doleiro e delator na Lava Jato Alberto Youssef.
De acordo com o jornal, o delator ainda teria dito que tentou confirmar o recebimento da propina com Dornelles, mas o senador negou "veementemente".Corrêa confirmou o pagamento quando estava preso no Complexo Médico de Pinhais, no Paraná, durante a Operação Lava Jato, segundo informação do "Estado".
Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobrás, teria afirmado que o pagamento foi feito pela Queiroz Galvão por determinação de sua diretoria.
De acordo com o delator, Othon e Ildefonso relataram a Corrêa que haviam entregue R$ 10 milhões ao senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), morto em 2014, ainda segundo o jornal. Esse dinheiro também teria saído da cota de R$ 37 milhões destinados ao PP por determinação do então diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e teria sido entregue por Fernando Baiano, ambos delatores na Lava Jato.
A publicação também diz que Corrêa afirma ter procurado Guerra, que confirmou o pagamento de propina e disse que parte do dinheiro foi repassada aos senadores Álvaro Dias (PV-PR, e que na época era do PSDB) e Aloizio Mercadante (PT-SP).
As declarações teriam sido feitas na proposta de delação premiada de Corrêa na Lava Jato, que está nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e aguarda homologação.
Corrêa foi condenado a 20 anos de prisão sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema da Petrobras. A sentença aponta recebimento de R$ 11,7 milhões em propina. O ex-deputado federal por Pernambuco já havia sido condenado a sete anos de prisão no processo do mensalão.
Em nota, o governador interino do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, afirmou que "não comenta declarações absurdas e ridículas feitas no âmbito de delação premiada".