Doleira da Lava Jato acerta delação premiada e é solta
A delação, que foi negociada durante meses, ainda não foi homologada pelo juiz Sergio Moro
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Política Delação Premiada
Primeira detida na Operação Lava Jato e umas das personagens mais icônicas da investigação, a doleira Nelma Kodama deixou a prisão nesta segunda-feira (20) após firmar um acordo de delação premiada.
Autointitulada "a última grande dama do mercado", Kodama, 49, que já teve um relacionamento com o doleiro Alberto Youssef, ganhou notoriedade após cantar "Amada Amante" durante uma sessão da CPI da Petrobras, no ano passado, e salvar um carcereiro de um ataque cardíaco na Polícia Federal.
A delação, que foi negociada durante meses, ainda não foi homologada pelo juiz Sergio Moro. Em declarações anteriores, a doleira prometeu detalhar como mudanças na regulamentação bancária abriram caminho para a abertura de contas ocultas no exterior, facilitando a lavagem de dinheiro.
Kodama estava presa havia dois anos e três meses, desde março de 2014 -quando foi pega no aeroporto de Guarulhos (SP) com 200 mil euros na calcinha, ao tentar sair do país.
Ela instalou uma tornozeleira eletrônica e irá permanecer em prisão domiciliar.
A doleira já foi condenada a 18 anos por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, mas irá cumprir uma pena diferenciada por causa do acordo.
O advogado de Kodama, Juan Marciano Viera, não quis se manifestar sobre os detalhes da negociação.
"Ela está bem tranquila, consciente da situação em que está e da punição que já teve. Foi uma experiência que certamente trouxe muito aprendizado para ela", disse à reportagem.
Quando estava presa, Kodama ainda prometia escrever um livro sobre suas experiências. O advogado diz que "material para isso ela tem". "Só falta ver se ela vai levar o plano adiante."