Planalto avalia que prisão de ex-ministro diminui chance de Dilma voltar
Governo interino acredita que a prisão foi como uma "pá de cal" na volta da presidente afastada
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Política Custo Brasil
A prisão do ex-ministro Paulo Bernardo causou reações diferentes no PT e no Palácio do Planalto.
A reportagem do jornal O Globo destaca que o governo interino de Michel Temer classificou que a Operação trouxe uma “pá de cal” para as pretensões de volta da presidente afastada Dilma Rousseff.
A prisão deixou o Planalto aliviado, mas os petistas ficaram incomodados com o andamento da Operação. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), esposa do ex-ministro preso e linha de frente na defesa de Dilma na comissão do impeachment, também foi atingida. Ela e o partido consideram que as prisões foram uma forma de desviar o foco de delações envolvendo a cúpula do governo Temer, anular a possibilidade de mudança de votos no Senado e de criminalizar o partido.
A reportagem revela que a prisão de Paulo Bernardo foi tratada pelos peemedebistas como o episódio que selou o destino de Dilma fora do governo, por colocar o PT novamente no centro do escândalo.
Até então, o Planalto estava com medo do desgate sofrido no primeiro mês do governo Temer com a queda de três ministros por causa da Operação Lava-Jato.
Dilma decidiu avaliar o momento e pesquisar detalhes da prisão para entender os motivos.
Do lado petista, existe a preocupação de que a prisão do ex-ministro possa enfraquecer o movimento feito para tentar reverter votos no Senado a favor de Dilma no caso do impeachment. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a orientar os senadores petistas a reagir ao andamento das prisões.
Além disso, a bancada do PT do Senado divulgou nota em “solidariedade” à senadora e com críticas à operação da Polícia Federal e à prisão de Paulo Bernardo. Na nota, a bancada diz que “estranha” o momento da prisão, justamente durante “o governo provisório” de Michel Temer, e diz que o propósito é “desviar o foco” da corrupção ocorrida com pessoas ligadas ao governo e investigadas na Lava Jato.