PF indicia Roberto Costa, Youssef e mais sete em inquérito da Lava Jato
Entre os crimes estão lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva
© Reuters
Política Jaraguá Ltda
Nove pessoas foram indiciadas pela
Polícia Federal
em um inquérito da Lava Jato que envolve a empresa Jaraguá Equipamentos Industriais
Ltda, uma das dezenas de investigadas pela força-tarefa da
operação. O
doleiro
Alberto
Youssef, preso desde março de 2014, em
Curitiba, e o ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras,
Paulo
Roberto Costa, que cumpre prisão em regime semiaberto diferenciado, no Rio de Janeiro, estão entre
os indiciados.
De acordo com o G1, o
documento teve a assinatura do delegado federal Duílio
Mocelin
Cardoso e foi publicado no sistema eletrônico da Justiça Federal no último
dia 5. Entre os crimes citados estão lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
Youssef
já teve condenação
a mais de 100 anos de prisão em outros processos da Lava Jato. No entanto,
por conta do acordo de delação premiada ele não poderá cumprir mais de 30 anos, sendo três em regime fechado. Já o
ex-diretor da Petrobras
têm condenações que somam mais de 70 anos. Porém, também por benefício
do acordo de cooperação, Costa
poderá cumprir no máximo 20 anos.
Para o
delegado Cardoso, a Jaraguá teria sido beneficiada em contratos com a estatal relativos à Refinaria Abreu e Lima, localizada em
Suape, no litoral sul de Pernambuco. As investigações indicam que a empresa citada atuava dentro do chamado "Clube das Empreiteiras", que era formado pelas maiores empreiteiras do país
e que tinha como foco combinar quem ganharia as licitações para obras da Petrobras.
Segundo as investigações, a
fraude no processo
licitatório
envolvendo as obras da Abreu e Lima ocasionou o repasse e R$ 326.958.626,17 para a Jaraguá. As empresas MO Consultoria Comercial e Laudos Estatísticos
Ltda
e
Sanko
Serviços de Pesquisa e Mapeamento
Ltda, além de outras, de fachada, teriam sido
usadas
para intermediar
o pagamento da vantagem ilícita.
Alberto
Youssef
detinha o domínio das contas bancárias das empresas investigadas e
possuía
controle sobre a origem e o destino de todo o dinheiro movimentado por elas, de
aordo
com o inquérito policial.
As declarações realizadas no âmbito dos
acordos de colaboração premiada de
Youssef
e Costa, o montante pago, via MO Consultoria e
Sanko
Sider, tinha como objetivo abastecer o “caixa 2” do Partido Progressista
(PP). Ainda no
depoimento, o
doleiro
cita doações eleitorais oficiais ao
PDT e “também possivelmente o PMDB”. Os dois também garantem que parte do comissionamento foi pago por meio das transferências à
Sanko
Sider
e à MO Consultoria.
A
Jaraguá Equipamentos Industriais
Ltda
disse que não vai comentar o assunto. O advogado
Tracy
Reinaldet,
que defende
Youssef,
afirmou
que seu cliente segue colaborando com as informações por conta do acordo de delação.