Diretor da Fiesp que deve R$ 6,9 bi à União renuncia ao cargo
Na nota, a Fiesp afirma que Duarte exercia um cargo não remunerado e que ele está contestando os débitos na Justiça
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Política Laodse de Abreu
Apontado como o maior devedor da União, o empresário Laodse de Abreu Duarte renunciou nesta quarta-feira, 20, ao cargo de diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A renúncia, confirmada em nota da entidade, acontece dois dias depois de o jornal O Estado de S. Paulo publicar reportagem revelando que o débito do empresário é de R$ 6,9 bilhões.
De acordo com o site da Fiesp, Laodse Duarte era um dos 86 diretores da entidade e integrava o Conselho Superior do Agronegócio, além de presidir o Sindicato da Indústria de Óleos Vegetais e seus derivados de São Paulo.
Na nota, a Fiesp afirma que Duarte exercia um cargo não remunerado e que ele está contestando os débitos na Justiça. A Federação afirma ainda que "não faz prejulgamentos sobre casos que estão na esfera judicial", mas reitera seus princípios de intransigência no combate à sonegação e corrupção, bem como o de condenar a "excessiva carga tributária" do País.
A instituição cita ainda que é uma das principais apoiadoras do projeto de iniciativa popular que propõe 10 medidas para o combate à corrupção. E lembra que a indústria é a principal pagadora de impostos no Brasil.
Débito
Na edição do último dia 18, o Estadão revelou que o débito atribuído a Duarte é maior que o de 18 Estados, individualmente. Ainda de acordo com a reportagem, o nome de Laodse de Abreu Duarte já foi citado no esquema do mensalão como sendo proprietário de uma empresa de comércio e exportação de grãos para a qual o publicitário Marcos Valério, preso no esquema, destinou sete pagamentos.
Em 2003 o empresário foi condenado a uma pena de cinco anos de reclusão, posteriormente convertida em prisão domiciliar, pela participação em esquema de falsificação de operações de exportação de soja, em valores superiores a US$ 60 milhões. No ano seguinte, Duarte também foi indiciado pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado.