Lula entra com petição na ONU contra 'abuso de poder' de Moro
No documento, ex-presidente também alega violação de direitos humanos nas investigações da Operação Lava Jato
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Política Justiça
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apelou às Nações Unidas, por meio de petição, para barrar supostas violações de direitos humanos e abuso de poder nas investigações da Operação Lava Jato.
Segundo informações do jornal britânico Telegraph, Lula recorreu ao advogado especializado em direitos humanos Geoffrey Robertson, que já representou personalidades como o fundador do Wikileaks Julian Assange e o ex-lutador Like Tyson, para elaborar o documento. O jornal afirma que o ex-presidente corre risco de ser preso durante os Jogos Olímpicos no Rio, o que ofuscaria o evento.
Robertson apresentou a petição na manhã desta quinta-feira (28) em Genebra, alegando que o juiz federal Sergio Moro violou o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e abusa de poder durante as investigações da Lava Jato.
"Lula decidiu levar o caso para as Nações Unidas porque ele não consegue ter justiça sob o sistema judicial inquisitório do Brasil", disse o advogado. "O juiz invadiu sua privacidade e pode prendê-lo a qualquer momento , me seguida, pode ser julgado sem um júri", explica.
O advogado também destacou os vazamentos de grampos do ex-presidente e de sua família para meios de comunicação "hostis". Ele também condenou o processo de condução coercitiva que Lula passou em março deste ano. Robertson afirma que o caso deve expor o problema da prisão preventiva e das condenações baseadas em confissões de suspeitos que desejam apenas sair da prisão.