Planalto pressiona Renan por voto pró-impeachment
Presidente do Senado sinaliza intenção de se abster da votação do julgamento da presidente afastada
© Pedro França/Agência Senado
Política Julgamento
Aliados do presidente interino Michel Temer persistem campanha no Senado para angariar o máximo de votos contra a presidente afastada Dilma Rousseff. Segundo estimativas do jornal O Globo, Temer tem ao menos 59 votos dos 54 necessários. No entanto, os parlamentares ainda tentam reverter ao menos três votos e trabalham para que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), não se abstenha de votação.
Até então, Renan vinha recusando manifestar sua posição sobre a pauta. Os outros três alvos dos aliados de Temer são os senadores Elmano Ferrer (PTB-PI), Telmário Mota (PDT-RR), e Otto Alencar (PSD-BA). Parlamentares ligados ao presidente interino afirmam que Renan repensa a decisão. Após a conclusão do julgamento de Dilma, os dois vão viajar à China para participar de reunião do G20.
Ele está avaliando. Renan tem dificuldade em votar contra Dilma porque ela e Lula foram importantes para ele e para o filho (Renan Filho, governador de Alagoas) politicamente. Por outro lado, há pressão do Palácio para que ele vote com Temer", disse fonte ligada a Renan.
O Planalto avalia que Otto Alencar, próximo ao ex-chefe da Casa Civil Jaques Wagner e ao governador da Bahia, Rui Costa, não mudará de opinião, mas pode se aproximar de Temer após a conclusão do julgamento.